Iniciada com ‘Numanice’ de Ludmilla, onda já arrastou Gloria Groove, Jojo Maronttinni e MC Marks. Flyer da gravação ao vivo do álbum de pagode ‘Casa do Naldo’, de Naldo Benny
Reprodução / Instagram Naldo Benny
♫ OPINIÃO
♩ Em cena desde 1996, Naldo Benny sempre esteve associado ao funk carioca de cepa mais pop. Inclusive o último single do artista carioca, Noite de prazer (2024), lançado em 21 de novembro, transitou nessa linha. Mas eis que o cantor e compositor carioca – nascido Ronaldo Jorge da Silva em abril de 1979 – decidiu entrar na onda do pagode.
Sim, enquanto Alexandre Pires aposta na união do pagode com o universo sertanejo, Naldo investe no pagode com a gravação de álbum audiovisual com sucessos do gênero, Casa do Naldo, reforçando tendência de artistas do funk entrarem na roda do samba.
O registro do show Casa do Naldo está programado para a tarde de 20 de janeiro, no Faro Beach Club, espaço situado no Leblon, bairro abastado da zona sul do Rio de Janeiro (RJ).
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Por ter sido criado em uma das favelas do Complexo da Maré, Naldo certamente vai alegar, ao divulgar o álbum, que o samba sempre fez parte da formação musical do artista.
O argumento pode ser verdadeiro, mas não dilui a sensação que a adesão do cantor ao pagode soa artificial por fazer parte de uma onda, de uma movimentação de astros do funk em direção ao pagode.
Assim como outros colegas, Naldo Benny certamente viu o sucesso de Ludmilla – cantora de funk que arrasta multidões Brasil afora com o projeto de pagode Numanice, criado em 2020 com extraordinária adesão popular – e vislumbra ter novamente a popularidade de que desfrutava no período 2009 / 2011.
O pagode tem mesmo esse poder de agregar público. Após um álbum que a pôs em novo patamar no universo pop, Lady Leste (2022), Gloria Groove viu o disco posterior, Futuro fluxo (2023), surtir menor efeito no mercado. Sem titubear, a cantora entrou na roda do pagode com o álbum Serenata da GG (2024) e recobrou a popularidade da época de Lady Leste.
Não tão bem-sucedida foi Jojo Maronttinni. Revelada no universo do funk em 2017, a cantora carioca aderiu ao pagode há três anos com o álbum Jojo como você nunca viu (2022). Também projetado no universo do funk em 2017, MC Marks fez movimento similar no ano passado ao lançar o álbum Menino de fé (2024) com convidados como Belo, Ferrugem, Marvvila, Tiee e Xande de Pilares.
Ludmilla realmente fez escola com o estourado Numanice.
Ludmilla é a precursora da movimentação que fez estrelas do funk aderirem ao pagode
Instagram / Numanice