Circunstâncias da morte de Carlos Felipe Camargo da Silva são investigadas. Namorada da vítima, Brenda Caroline Pereira Xavier, confessou o crime e alegou legítima defesa. Polícia investiga se suspeita de matar ex-namorado era vítima de violência em Ribeirão
A Polícia Civil investiga as circunstâncias do homicídio do corretor de imóveis de 29 anos, morto após ser atingido por golpes de faca há uma semana em Ribeirão Preto (SP).
Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp
Carlos Felipe Camargo da Silva, chegou a ser encaminhado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu à gravidade dos ferimentos.
Na tarde da última quarta-feira (6), a namorada da vítima e principal suspeita pelo crime, Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, procurou a delegacia e confessou ter matado o corretor. A fotógrafa apresentava hematomas no rosto e pescoço e alegou ter agido em legítima defesa.
De acordo com o delegado Rodolfo Latif Sebba, responsável pelas investigações do caso, testemunhas, inclusive ex-namorados de Brenda e ex-namoradas de Carlos, devem ser ouvidas nos próximos dias.
Abaixo, o g1 mostra o que se sabe sobre o caso.
Brenda Caroline Pereira Xavier e Carlos Felipe Camargo da Silva, ambos de 29 anos, em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/Redes Sociais
Quem era a vítima
Silva era natural da Praia Grande (SP), litoral sul do estado. Há cerca de quatro anos, se mudou para Ribeirão Preto onde passou a viver junto à mãe e ao irmão.
Na cidade, o corretor de imóveis conheceu Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, com quem mantinha um relacionamento amoroso há sete meses.
Após iniciar o namoro, Silva se mudou da casa da mãe e passou a morar junto com Brenda, no bairro Ribeirão Verde. Em poucos meses, o casal passou também a trabalhar junto, com fotografias.
Definido pelos familiares como “querido, trabalhador e esforçado”, o corretor chegou a ser socorrido na noite do crime, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos.
O corpo de Silva foi sepultado na tarde de terça-feira (5) em Praia Grande.
Carlos Felipe Camargo da Silva, de 29 anos, foi morto com golpes de faca em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/Redes Sociais
Como o corretor foi morto
Na noite do dia 3, um domingo, o irmão de Carlos explicou à polícia que o corretor foi até a casa em que moram a mãe e o irmão com seus pertences e pediu para voltar a morar lá.
De acordo com o relato do irmão, em seguida, a namorada da vítima também foi à casa e, do lado de fora, conversaram por cerca de 10 minutos. Depois da conversa, ele teria voltado com a mulher para a casa onde viviam.
LEIA TAMBÉM
Polícia indicia 5 e conclui que engenheiro de férias no Brasil foi morto por causa de celular e dólares
Morte de PM aposentado em Ribeirão Preto: identidade de suspeitos ainda é desconhecida 3 semanas após o crime
Colisão entre caminhões causa incêndio, morte e interdição total na Rodovia Cunha Bueno no interior de SP
O irmão também informou à Polícia Civil que, horas após o casal ir embora, recebeu uma ligação da mãe da suspeita, afirmando que o corretor teria sofrido um acidente e falecido, mas sem explicar o motivo da morte.
Ao chegar à UPA Norte, para onde a vítima foi levada, o irmão da vítima foi informado que ele havia sido esfaqueado.
Corpo de Carlos Felipe, de 29 anos, foi sepultado em Praia Grande (SP)
Reprodução/Redes sociais
Golpes de faca
Durante o depoimento de Brenda à polícia, ela informou ter desferido três golpes de faca contra o namorado na região do abdômen, mas, de acordo com o delegado, a vítima foi atingida por ao menos nove golpes.
Segundo a perícia, além de o homem ter sido golpeado na região do abdômen, houve perfurações no pescoço, peito e face. A faca que teria sido utilizada por Brenda não foi encontrada.
Corretor de imóveis foi atingido por ao menos nove golpes de faca em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/EPTV
Casa limpa após o crime
De acordo com o boletim de ocorrência, no local onde o homem foi morto, a polícia constatou a presença de marcas de sangue em diferentes cômodos.
Em um dos quartos, a mobília estava quebrada e os pertences revirados, indicando que uma briga teria acontecido.
“Tinha várias manchas de sangue, o local todo revirado, um local típico de agressão recíproca, violência doméstica e, a partir desse momento, a gente conseguiu entender que o fato tinha acontecido entre o casal, agressão entre ambos”, afirma o delegado.
A ocorrência aponta ainda que a casa estava molhada, aparentando ter sido lavada recentemente, o que, segundo a polícia, indica a tentativa de mascarar a cena do crime.
Quem é a namorada suspeita
Sócia-administradora de uma micro empresa de fotografias, Brenda Xavier atua como fotógrafa especializada em fotos de formaturas escolares.
Segundo a ocorrência, foi ela quem ligou para a mãe pedindo ajuda na noite em que o namorado morreu. Ao irmão da vítima, a mãe da suspeita informou ter sido comunicada pela filha, chorando e desesperada, que Silva havia sofrido um acidente.
Após a morte do namorado, Brenda desativou as redes sociais e não havia procurado a polícia para prestar depoimento até a tarde de quarta-feira (6), quando se apresentou na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) do município e confessou o crime.
Brenda Caroline Pereira Xavier confessou ter matado o namorado em legítima defesa
Reprodução/Redes Sociais
O que diz a suspeita
Com hematomas no rosto e pescoço, Brenda se apresentou na delegacia, acompanhada da mãe e do advogado, confessou o crime e disse ser vítima de violência doméstica e ter agido em legítima defesa.
“Eu jamais tiraria a vida dele. Mas isso teve que ser feito para salvar a minha. Não foi a primeira agressão que sofri, já teve outras e existem provas disso também”.
De acordo com a fotógrafa, as agressões aconteciam há cerca de três meses, mas ela não havia realizado nenhuma denúncia contra o corretor. Após prestar depoimento, a mulher foi liberada.
Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, alegou legítima defesa para matar namorado em Ribeirão Preto (SP)
Arquivo pessoal
Relação conturbada
Em entrevista ao g1, a sobrinha de Silva, Tauane Felicio, deu detalhes sobre a relação do tio com a fotógrafa. Segundo ela, o casal vivia um relacionamento conturbado, com brigas frequentes em decorrência do ciúme de Brenda.
“[Ela] não estava aceitando que ele queria terminar, porque ela era muito ciumenta. Ele não aguentava mais”, afirma Tauane.
A versão também é apontada pelo irmão do corretor, que afirmou, em depoimento à polícia, que no dia do crime Brenda havia reconhecido que possuía um comportamento impulsivo e que precisava melhorar.
Ainda de acordo com a sobrinha, no dia anterior ao crime, Silva teria conversado com a família por chamada de vídeo e afirmado o desejo de romper o relacionamento com a parceira.
Brenda Caroline Pereira Xavier e Carlos Felipe Camargo da Silva em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/Redes sociais
Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca
VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região