6 de janeiro de 2025

Namorada suspeita, relação conturbada, golpes de faca: o que se sabe sobre morte de corretor de imóveis em Ribeirão Preto

Circunstâncias da morte de Carlos Felipe Camargo da Silva são investigadas. Namorada da vítima, Brenda Caroline Pereira Xavier, confessou o crime e alegou legítima defesa. Polícia investiga se suspeita de matar ex-namorado era vítima de violência em Ribeirão
A Polícia Civil investiga as circunstâncias do homicídio do corretor de imóveis de 29 anos, morto após ser atingido por golpes de faca há uma semana em Ribeirão Preto (SP).
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Carlos Felipe Camargo da Silva, chegou a ser encaminhado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu à gravidade dos ferimentos.
Na tarde da última quarta-feira (6), a namorada da vítima e principal suspeita pelo crime, Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, procurou a delegacia e confessou ter matado o corretor. A fotógrafa apresentava hematomas no rosto e pescoço e alegou ter agido em legítima defesa.
De acordo com o delegado Rodolfo Latif Sebba, responsável pelas investigações do caso, testemunhas, inclusive ex-namorados de Brenda e ex-namoradas de Carlos, devem ser ouvidas nos próximos dias.
Abaixo, o g1 mostra o que se sabe sobre o caso.
Brenda Caroline Pereira Xavier e Carlos Felipe Camargo da Silva, ambos de 29 anos, em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/Redes Sociais
Quem era a vítima
Silva era natural da Praia Grande (SP), litoral sul do estado. Há cerca de quatro anos, se mudou para Ribeirão Preto onde passou a viver junto à mãe e ao irmão.
Na cidade, o corretor de imóveis conheceu Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, com quem mantinha um relacionamento amoroso há sete meses.
Após iniciar o namoro, Silva se mudou da casa da mãe e passou a morar junto com Brenda, no bairro Ribeirão Verde. Em poucos meses, o casal passou também a trabalhar junto, com fotografias.
Definido pelos familiares como “querido, trabalhador e esforçado”, o corretor chegou a ser socorrido na noite do crime, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos.
O corpo de Silva foi sepultado na tarde de terça-feira (5) em Praia Grande.
Carlos Felipe Camargo da Silva, de 29 anos, foi morto com golpes de faca em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/Redes Sociais
Como o corretor foi morto
Na noite do dia 3, um domingo, o irmão de Carlos explicou à polícia que o corretor foi até a casa em que moram a mãe e o irmão com seus pertences e pediu para voltar a morar lá.
De acordo com o relato do irmão, em seguida, a namorada da vítima também foi à casa e, do lado de fora, conversaram por cerca de 10 minutos. Depois da conversa, ele teria voltado com a mulher para a casa onde viviam.
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O irmão também informou à Polícia Civil que, horas após o casal ir embora, recebeu uma ligação da mãe da suspeita, afirmando que o corretor teria sofrido um acidente e falecido, mas sem explicar o motivo da morte.
Ao chegar à UPA Norte, para onde a vítima foi levada, o irmão da vítima foi informado que ele havia sido esfaqueado.
Corpo de Carlos Felipe, de 29 anos, foi sepultado em Praia Grande (SP)
Reprodução/Redes sociais
Golpes de faca
Durante o depoimento de Brenda à polícia, ela informou ter desferido três golpes de faca contra o namorado na região do abdômen, mas, de acordo com o delegado, a vítima foi atingida por ao menos nove golpes.
Segundo a perícia, além de o homem ter sido golpeado na região do abdômen, houve perfurações no pescoço, peito e face. A faca que teria sido utilizada por Brenda não foi encontrada.
Corretor de imóveis foi atingido por ao menos nove golpes de faca em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/EPTV
Casa limpa após o crime
De acordo com o boletim de ocorrência, no local onde o homem foi morto, a polícia constatou a presença de marcas de sangue em diferentes cômodos.
Em um dos quartos, a mobília estava quebrada e os pertences revirados, indicando que uma briga teria acontecido.
“Tinha várias manchas de sangue, o local todo revirado, um local típico de agressão recíproca, violência doméstica e, a partir desse momento, a gente conseguiu entender que o fato tinha acontecido entre o casal, agressão entre ambos”, afirma o delegado.
A ocorrência aponta ainda que a casa estava molhada, aparentando ter sido lavada recentemente, o que, segundo a polícia, indica a tentativa de mascarar a cena do crime.
Quem é a namorada suspeita
Sócia-administradora de uma micro empresa de fotografias, Brenda Xavier atua como fotógrafa especializada em fotos de formaturas escolares.
Segundo a ocorrência, foi ela quem ligou para a mãe pedindo ajuda na noite em que o namorado morreu. Ao irmão da vítima, a mãe da suspeita informou ter sido comunicada pela filha, chorando e desesperada, que Silva havia sofrido um acidente.
Após a morte do namorado, Brenda desativou as redes sociais e não havia procurado a polícia para prestar depoimento até a tarde de quarta-feira (6), quando se apresentou na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) do município e confessou o crime.
Brenda Caroline Pereira Xavier confessou ter matado o namorado em legítima defesa
Reprodução/Redes Sociais
O que diz a suspeita
Com hematomas no rosto e pescoço, Brenda se apresentou na delegacia, acompanhada da mãe e do advogado, confessou o crime e disse ser vítima de violência doméstica e ter agido em legítima defesa.
“Eu jamais tiraria a vida dele. Mas isso teve que ser feito para salvar a minha. Não foi a primeira agressão que sofri, já teve outras e existem provas disso também”.
De acordo com a fotógrafa, as agressões aconteciam há cerca de três meses, mas ela não havia realizado nenhuma denúncia contra o corretor. Após prestar depoimento, a mulher foi liberada.
Brenda Caroline Pereira Xavier, de 29 anos, alegou legítima defesa para matar namorado em Ribeirão Preto (SP)
Arquivo pessoal
Relação conturbada
Em entrevista ao g1, a sobrinha de Silva, Tauane Felicio, deu detalhes sobre a relação do tio com a fotógrafa. Segundo ela, o casal vivia um relacionamento conturbado, com brigas frequentes em decorrência do ciúme de Brenda.
“[Ela] não estava aceitando que ele queria terminar, porque ela era muito ciumenta. Ele não aguentava mais”, afirma Tauane.
A versão também é apontada pelo irmão do corretor, que afirmou, em depoimento à polícia, que no dia do crime Brenda havia reconhecido que possuía um comportamento impulsivo e que precisava melhorar.
Ainda de acordo com a sobrinha, no dia anterior ao crime, Silva teria conversado com a família por chamada de vídeo e afirmado o desejo de romper o relacionamento com a parceira.
Brenda Caroline Pereira Xavier e Carlos Felipe Camargo da Silva em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/Redes sociais
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