15 de janeiro de 2025

‘Não vou admitir ter feito coisas que não fiz’, diz Neil Gaiman sobre acusações de estupro


Escritor se pronuncia um dia após a publicação de detalhes dos relatos de violência sexual de que ele é acusado. Neil Gaiman é acusado de assédio sexual.
Jordan Strauss/Invision/AP
Acusado de violentar sexualmente mulheres, o escritor Neil Gaiman voltou a negar as alegações de que é alvo, nesta terça-feira (14), um dia após o site americano “Vulture” publicar novos detalhes das acusações contra o autor.
“Nos últimos meses, tenho assistido às histórias que circulam na internet sobre mim com horror e consternação”, escreveu Gaiman em seu site. “Estou longe de ser uma pessoa perfeita, mas nunca me envolvi em uma atividade sexual não consensual com alguém. Nunca.”
“Voltei a ler as mensagens que troquei com aquelas mulheres”, afirmou ele. “Na época em que eu estava nesses relacionamentos, eles pareciam positivos e felizes de ambos os lados. Também percebo, olhando para elas, anos depois, que eu poderia e deveria ter feito muito melhor. Eu estava emocionalmente indisponível enquanto estava sexualmente disponível, focado em mim mesmo e não tão atencioso quanto eu poderia ou deveria ter sido. Eu era obviamente descuidado com os corações e sentimentos das pessoas, e isso é algo que eu realmente me arrependo.”
As primeiras acusações contra Gaiman vieram a público em julho do ano passado, com um podcast chamado “Master”. Os supostos abusos ali mencionados envolvem mulheres que tiveram relacionamentos consensuais com o autor e que teriam acontecido com quase 20 anos de diferença um do outro. Na época, ele negou as alegações.
Nessa segunda (13), foram publicados relatos descritivos sobre os supostos crimes de estupro e agressão sexual.
Scarlett Pavlovich, ex-babá do filho de Gaiman, disse à revista que o escritor lhe obrigou a fazer sexo anal. Ele também teria usado manteiga como lubrificante e forçado a vítima a lamber fezes.
Outra mulher, identificada como Kendra Stout, alegou que Gaiman a violentou com práticas de sadomasoquismo não consensuais.
Stout e outras mulheres afirmaram também que ele as forçava chamá-lo de “mestre” e desrespeitava suas súplicas pelo fim da relação sexual.
Em seu site, Gaiman disse ainda: “Algumas das histórias horríveis que estão sendo contadas simplesmente nunca aconteceram, enquanto outras foram tão distorcidas que não têm relação com a realidade. Estou preparado para assumir a responsabilidade por quaisquer erros que cometi. Não estou disposto a virar as costas para a verdade, e não posso aceitar ser descrito como alguém que não sou, e não posso e não vou admitir ter feito coisas que não fiz.”

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