Impulso do vento diminui utilização dos motores das embarcações, que deixam de liberar toneladas de gás carbônico na atmosfera. Navios utilizam tecnologia de velas para economizar combustível e diminuir poluição
Um navio que viajou da China para o porto Vitória, no Espírito Santo, usou menos combustível que navios convencionais. A economia é porque o motor do navio contou com ajuda do vento, cilindros que atuam como se fossem velas.
Quando o vento sopra na lateral ou na polpa, na parte de trás do navio, eles giram em velocidades diferentes, e esse giro dos cilindros faz a força do vento impulsionar o navio para frente.
Essa tecnologia faz a poluição diminuir, por usar menos o combustível do motor e emitir menos gás carbônico. No caso desse e de outros quatro navios, são três mil toneladas de CO2 a menos por ano.
Essas embarcações transportam minério de ferro, principalmente do Brasil para a Ásia. Em 2021, começou a operar o primeiro navio a usar essas velas. E durante os últimos anos foi feito um estudo para saber se era possível colocar mais velas ou usar algumas maiores, para aproveitar ainda mais o vento.
O navio que chegou à Vitória é o maior dos cinco. Tem 362 metros de comprimento e transporta até 400 mil toneladas de minério. Ele tem cinco velas, as maiores já instaladas em um navio — cada uma tem cinco metros de diâmetro e 35 metros de altura, quase do tamanho da estátua do Cristo Redentor.
“A utilização dos ventos está na origem da navegação. A navegação se desenvolveu em função dos ventos, por séculos, milênios. Até dois séculos atrás, quando a gente teve a revolução industrial, a utilização do motor a vapor, motor a combustão, a gente deixou essa tecnologia de lado. E, agora, com o desafio das mudanças climáticas, eu vejo essa reconexão com a natureza, com essa nova tecnologia, o uso da energia eólica pra diminuir as emissões. Criar um novo futuro, de baixo carbono, descarbonizado”, diz Rodrigo Bermelho, diretor de navegação.
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