23 de outubro de 2024

Navios maiores podem elevar fluxo de movimentação logística nos portos de SC, defendem entidades

Governo, portos e empresas adequam estruturas para que portos comportem navios maiores, de até 400 metros. Move SC: Portos aguardam investimentos para ampliar resultados
Santa Catarina deve ampliar suas estruturas para receber navios de grande porte e se adequar à realidade de portos em países como China e Coreia do Sul, referências no setor.
Ganhos de escala com a maior capacidade tornariam o transporte mais eficiente e resultariam em maior competitividade, com redução de custos operacionais, de congestionamentos em portos e de impactos ambientais. No entanto, esses benefícios almejados demandam estrutura adequada, incluindo uma maior profundidade dos portos.
Egídio Martorano, presidente da Câmara de Transporte e Logística da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), entende ser fundamental investimentos para melhorias dos acessos marítimos e terrestres aos portos, principalmente para viabilizar a operação de navios maiores, o que exige aumento do calado, que é a medida da parte submersa de uma embarcação.
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“Na Baía da Babitonga [Norte de Santa Catarina], o governo estadual articulou uma solução para ajustes e aprofundamento dos canais de acesso e internos por intermédio de uma parceria público-privada (PPP)”, detalha.
A maior preocupação da Fiesc é com o complexo portuário do Rio Itajaí e requer ampliação da bacia de evolução e nos canais para atender a demanda por operação de navios maiores, entre 366 a 400 metros.
Complexo Portuário do Rio Itajaí, o principal de Santa Catarina
Portonave/Divulgação
Enquanto isso, o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Ivan Amaral, afirma que a principal meta do governo no transporte via portos é possibilitar a dragagem do canal da entrada da Babitonga.
“É uma obra caríssima de R$ 300 milhões e se não se fizer essa dragagem, não vão entrar navios acima de 300 metros. Hoje já é uma realidade mundial navios de 366 metros a 400 metros”, argumenta Amaral.
Além dessa obra, o secretário menciona planos para ampliação em São Francisco do Sul, enquanto seguem conversas com governo federal para possivelmente passar a outorga do Porto de Itajaí para o Estado. Em Imbituba, também há projeto de ampliação, enquanto em Laguna, o governo contratou o projeto para desobstruir a barra.
“Dos portos que têm administração pública, que vão poder receber, por enquanto, esses navios de 366 e 400 metros, são Itapoá e Navegantes. Que vão ter berços apropriados para recebê-los. Em Imbituba e São Francisco, depois de fazer as suas ampliações de berço, poderão receber navios maiores”, diz.
O Porto de Imbituba, por exemplo, busca investir pelo menos R$ 50 milhões em obras em 2024, com algumas em execução e outras em processos licitatórios. A maior obra já realizada em Imbituba é a do Cais 3, com a execução do reforço, recuperação e ampliação da plataforma, com investimento de R$ 92 milhões, o maior da história da SCPAR Porto de Imbituba, responsável pela estrutura.
Porto de São Francisco do Sul
Divulgação
Já a Portonave, que opera o Porto de Navegantes, espera movimentação semelhante em 2024 e 2025 em relação ao ano passado, mas realiza obra no cais que vai resultar na ampliação mais a longo prazo, pois permitirá o recebimento de navios maiores, de 400 metros de comprimento, além da instalação de equipamentos com maior capacidade de carga.
Considerando as duas fases, a obra está com 20% de andamento, com previsão de conclusão no primeiro trimestre de 2026.
A Portonave é a líder em produtividade de navio entre os portos do país, de acordo com a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), e pretende aprimorar ainda mais esse indicador após a conclusão.
“No momento, a nova fundação do cais leste está em construção à medida que a antiga fundação é removida. A primeira fase está 40% em andamento e a previsão de conclusão é para o primeiro trimestre de 2025”, diz a empresa.
Para execução da obra do cais, a Portonave diz que realiza o maior investimento desde a estruturação, somando R$ 1 bilhão, mas entende que investimentos por parte do setor público na infraestrutura dos acessos são essenciais para viabilizar o recebimento de navios maiores no Terminal.
A Portonave considera como uma das obras mais aguardadas: a segunda etapa da Bacia de Evolução. Hoje, no Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes, há limitação para receber navios até 350 metros de comprimento. Assim, a empresa considera a segunda etapa como extremamente importante e necessária para o recebimento dos navios de até 400 metros.
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