Pioneira na ginástica artística brasileira, Daiane reflete sobre preconceito racial e consciência. Ela gosta de ver que Duplo Twist Carpado caiu na boca do povo. “Populariza a ginástica”, diz. As lições de Daiane dos Santos no segundo episódio da série ‘Negritudes’, com Maju Coutinho
Pioneira na ginástica artística brasileira – e hoje comentarista da Globo! No segundo episódio do quadro “Negritudes”, o Fantástico conversou com Daiane dos Santos sobre o amor ao esporte – e o sonho de ser mãe.
“Eu acho que pioneirismo vem pela medalha de ouro”, diz Daiane dos Santos, de 41 anos, e 1,48 metro de altura. “Mas, a gente teve outras mulheres negras que abriram esse caminho antes do que eu. Se a gente for falar de ginástica, eu sempre cito ela, a Dominique Dawes, que era um exemplo pra mim, uma ginasta americana. Fora do meu esporte, a gente tem inúmeras mulheres, como a Dona Aída dos Santos, Dona Melânia. São duas mulheres pretas que abriram esse espaço pra gente.”
Daiane reflete sobre o preconceito e consciência.
“Primeiro que eu acho que quando a gente fala de preconceito racial, a gente não pode rotular isso dentro do esporte, né? A gente tem que entender que isso acontece na vida. Em todos os lugares. O que fez uma diferença pra mim foi a família. Na minha família, a gente sempre teve uma consciência, meu pai sempre trouxe essa consciência de pessoa negra, de pessoa preta. A gente sempre toca muito nesse assunto. E eu não acho que não tem que tocar. Precisa, né? Mas eu acho que a gente tem que, principalmente, falar sobre como isso tudo foi superado e como isso foi construído pra mostrar o brilho que vem lá depois.”
Daiane relembra a história do título do Mundial de 2003 e do Duplo Twist Carpado, que levou o nome dela e acabou caindo na boca do povo. Ela conta que fica feliz ao ver comentários como ‘nossa, hoje o meu dia foi muito difícil. Tive que fazer um duplo twist carpado pra concluir’.
“Eu acho isso muito legal, sabe? Porque populariza a ginástica”, diz. “Eu falo que o “Brasileirinho” marcou a minha carreira como atleta. E aí, teve uma nova fase, nessa fase de fora, que eu acho que também o “Bonde das Maravilhas” meio que entrou nessa coisa.”
Daiane diz que ainda recebe apoio dos fãs como se estivesse competindo.
“Às vezes falam: eu vou torcer para você nos Jogos Olímpicos! Aí eu penso e eu falo: então, eu não tô mais competindo. E é engraçado, porque as pessoas ficam assim: não tá? Eu falo, não, eu falei: desde 2012. Acho que o meu dever, como hoje comentarista, é apaixonar as pessoas por aquilo que eu sou apaixonada.”
A ginasta, dançarina, comentarista e futura neurocientista acalenta o sonho de ser mãe. “Se eu for um pouquinho parecida como a minha mãe foi, como minhas avós foram eu já vou estar feliz. Eu quero ser mãe, mas ainda não consegui achar um marido, gente.”
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