Câmeras flagraram agressões e correria em estabelecimento no bairro Parque Ribeirão. Proprietário e filho foram detidos, após máquinas caça-níqueis serem encontradas no local. Imagens mostram PMs agredindo clientes em uma adega em Ribeirão Preto, no interior de SP
TV Globo
O dono da adega em Ribeirão Preto (SP) onde policiais militares aparecem em imagens agredindo clientes relatou ao Fantástico o que ouviu dos agentes.
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Segundo o homem, que não quis ser identificado, enquanto era agredido com 17 golpes de cassetete, um dos clientes começou a gritar: “Pelo amor de Deus”. O agente, então, teria respondido: “Nem Deus vai te livrar”.
“Esse rapaz começa a gritar, pedir pelo amor de Deus, pelo amor de Deus. Daí que ele [PM] começa a bater, bater. E falou: ‘nem Deus vai te livrar'”, afirmou.
O caso aconteceu na madrugada do último dia 15 de setembro, no bairro Parque Ribeirão, e terminou com o dono do estabelecimento e o filho detidos, depois que máquinas caça-níqueis foram encontradas no local.
Advogado do proprietário, Alexandre Durante classificou a atitude dos policiais como “fora de qualquer padrão”.
“Você não vê em momento algum as vítimas sendo revistadas, foi um verdadeiro procedimento fora de qualquer padrão. Só aquelas máquinas caça-níqueis não eram para tudo aquilo. Que a Polícia Militar, apurando tudo isso, ela tem os mecanismos de punir cada um dos agressores”, ressaltou.
A corregedoria da Polícia Militar disse que investiga o caso da adega em Ribeirão Preto.
Já a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que “remanejou os agentes envolvidos para funções administrativas” e que “a instituição não tolera excessos ou desvios de conduta, punindo com rigor toda irregularidade comprovada”.
Imagens exclusivas mostram a ação violenta de policiais militares em Ribeirão Preto
Denúncia, correria, agressões e detenções
A vizinhança acionou a Polícia Militar por conta do barulho alto feito por jovens que estavam na rua.
O dono do estabelecimento afirmou que não promoveu o baile funk que ocorreria ali. Com a chegada da polícia, começaram os disparos de bombas e gás. Logo em seguida, todos começaram a correr, e o proprietário decidiu fechar as portas da adega.
Alguns clientes decidiram ficar do lado de dentro da loja. Os policiais da Força Tática pediram que o proprietário abrisse a porta da adega, segundo ele, com gritos e ameaças de morte.
“Eu falei: ‘senhores, eu tenho um portão lateral. Se o senhor aguardar, eu abro. Mas, do jeito que vocês estão, não tem como. Se vocês estão dizendo que vão matar, eu vou abrir e vocês vão nos matar'”, disse o dono.
Os PMs então começaram a arrombar a porta de ferro, dando 37 chutes. Assim que conseguiram entrar, derrubaram um balcão. Um deles agrediu um funcionário da adega com um cassetete — esse funcionário estava com as mãos na cabeça.
O proprietário decidiu ligar para a PM e pedir socorro contra os policiais que estavam no estabelecimento.
Em um corredor, um agente empurrou um cliente de 61 anos, que caiu em cima de uma moto. Em seguida, ele levou um tapa de um policial.
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Câmeras de monitoramento
O Fantástico entrou no estabelecimento. Dentro, havia outro cômodo onde não tinha monitoramento. Segundo o proprietário, foi ali que ele sofreu as piores agressões. Estavam presentes também seu filho de 6 anos e sua filha de 13.
“O policial começa a me bater, me bater. E eu só seguro o meu filho para o PM não acertar ele. A minha filha desmaiou”, contou o dono da adega.
O comerciante disse que os PMs notaram que havia câmeras por toda parte, eles pediram as filmagens, mas não conseguiram encontrá-las.
Imagens mostram PMs agredindo clientes em uma adega em Ribeirão Preto
Reprodução/TV Globo
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