15 de novembro de 2024

Nº de mulheres candidatas às prefeituras da região de Piracicaba cai em 2024: ‘disparidade na política’, analisa especialista

Este ano, em 11 municípios da região todos os candidatos a prefeito são homens. Fila para votação na Escola Estadual Prof. Hélio Penteado De Castro em Piracicaba, em 2020
Alessandro Maschio/G1
A região de Piracicaba (SP) teve uma queda no número de candidatas mulheres aos cargos majoritários nas eleições de 2024. Entre os 61 candidatos às prefeituras da região, apenas 8 são mulheres, ou seja, 13%.
Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mostram que esse índice caiu. Em 2020, entre os 90 candidatos, 13 eram mulheres, o que representa 14% do total.
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➡️Este ano, em 11 municípios da região todos os candidatos a prefeito são homens. Em três, há equidade na disputa, ou seja, 50% dos candidatos são mulheres. Já nos outros quatro, há participação de mulheres, mas elas são minoria.
Já em 2020, o número de cidades com apenas candidatos homens era dez. Em oito cidades havia participação de mulheres, mas elas eram minoria também.
Na disputa em 2020, apenas uma cidade da região elegeu uma candidata mulher: em Iracemápolis (SP), Nelita Michel (PL) teve 37,60% dos votos.

Disparidade
Segundo a advogada, professora universitária e estudiosa da área de ciências sociais, Maria Lúcia Bressane Cruz, essa queda mostra que embora na última eleição tenham tido mais mulheres, a maioria não foi eleita, o que fez com que o número caísse.
Isso, explica ela, ocorre porque há pouco engajamento das próprias mulheres para votarem em candidatas.
“O número de candidatas mulheres aos cargos majoritários ainda é baixo porque a gente ainda tem bastante disparidade na participação das mulheres na política. Se você analisar, por exemplo, quem são os presidentes dos maiores partidos do Brasil, você encontra pouquíssimas mulheres. Se você pensar nos diretórios estaduais, nos diretórios municipais, tem poucas mulheres no espaço de liderança e isso acaba fazendo com que elas tenham menos visibilidade e menos chance eleitoral”, completa.
Segundo Maria Lúcia, na política falta educação para que as mulheres votem mais em mulheres e, assim, que elas alcancem cargos mais altos.
“Se a gente conseguir educar e mostrar, demonstrar a importância de mais mulheres nas câmaras municipais, isso acaba, por arrasto, multiplicando as mulheres para deputado estadual, federal, a prefeitura, o senado”, argumenta.
A advogada explica que é necessário começar dos núcleos mais baixos, “conscientizando e mostrando que mulher na política faz bem para a comunidade e para a sociedade.”
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