Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social, benefício, que pretende amparar mulheres que estão em situação de vulnerabilidade, saltou de 20 em 2023 para 75 em 2024. O número de mulheres vítimas de violência doméstica que recorreram ao auxílio-aluguel após terem de sair de casa quadruplicou em Campinas (SP) em um ano, de acordo com dados obtidos pela EPTV, afiliada da TV Globo, com a Secretaria Municipal de Assistência Social.
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O benefício, que pretende amparar mulheres que estão em situação de vulnerabilidade, começou a ser pago em março de 2023. A lei que garante o auxílio foi sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em todo o Estado de São Paulo em fevereiro daquele ano.
Segundo o balanço do governo municipal, no primeiro ano de vigência da medida, foram 20 mulheres atendidas pelo auxílio-aluguel. Já em 2024, o número passou para 75, o que equivale a um aumento de 275% – quase quatro vezes mais. O valor do benefício é de R$ 951,70, válido por seis meses, mas com possibilidade de ser prorrogado.
De acordo com a secretária de Assistência Social de Campinas, Vandecleya Moro, há, além do auxílio-moradia, uma estrutura voltada ao atendimento das vítimas. Para receber o benefício, é necessário que a mulher esteja acompanhada por serviços de proteção social e ter registro de ocorrência na Polícia Civil relacionado à agressão.
‘Não tive outra solução’
Uma das vítimas de violência que recebem a assistência em Campinas afirmou que estava em um relacionamento há três meses e engravidou. No dia que descobriu a gravidez, ela foi agredida pela primeira vez pelo ex-companheiro e pai da criança. A partir disso, ela proibiu a entrada do homem no condomínio onde morava, conseguiu medida protetiva, mas ele invadiu o apartamento.
“O auxílio foi importante para que eu mudasse de onde eu estava [um dos requisitos é trocar de endereço para que o agressor não tenha mais acesso] e pudesse ter a gestação em um local seguro. Eu não tive outra solução a não ser me mudar”, disse.
Número de mulheres vítimas de violência atendidas pela Prefeitura de Campinas quadriplicou em um ano
Reprodução/EPTV
A operadora de call center Ana Lúcia Araújo também passou por um relacionamento abusivo e afirmou que, muitas vezes, é difícil para a mulher sair de casa por depender financeiramente do parceiro.
“Fica difícil para arrumar emprego. Eu sou mãe solo. Você fica com medo do amanhã, com medo de não ter o que comer no dia seguinte, de não ter onde morar. O benefício me ajudou muito, eu consegui pagar meu aluguel e também me fez enxergar que eu preciso ter forças para continuar em frente e foi o que a equipe por trás desse benefício fez, me incentivar psicologicamente”, afirmou.
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