Mais de 640 escolas municipais foram atingidas. Em alguns casos, a opção foi transferir as aulas para instalações provisórias. Vinte e três mil alunos estão sem aulas depois da enchente, no Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, 23 mil alunos ainda estão sem aulas depois das enchentes.
Em Porto Alegre, 85% dos estudantes da rede municipal já voltaram às aulas. No Rio Grande do Sul, as enchentes atingiram 644 escolas municipais. Na rede estadual, 97% das escolas reabriram, mas 59 ainda não funcionam. São mais de 23 mil alunos sem estudar. Em alguns casos, a opção foi transferir as aulas para instalações provisórias.
O salão paroquial da Igreja Matriz de Roca Sales acolheu cerca de 200 alunos de uma escola estadual. Na entrada, tem uma área de recreação improvisada e, ao longo do espaço, as salas de aulas foram distribuídas. No corredor, tem a divisória que separa a secretaria das outras salas e encontra, mais na frente, uma pequena biblioteca com os livros arrecadados com as doações. Nos fundos do salão, tem os mantimentos, a cozinha e mais atrás é onde foi montado o refeitório. Mas o que mais importa para alunos, professores e funcionários, em meio a tanto improviso, é o que está estampado na parede. Os alunos estão no local desde outubro de 2023, depois que a primeira cheia inundou o colégio.
Em Lajeado, 900 alunos de uma escola foram transferidos para uma universidade particular.
O governo do estado disse que tem feito parcerias com instituições e liberado recursos.
“Essa semana, nós passamos R$ 22 milhões para as escolas resolverem problemas mais emergenciais de reforma. Passamos R$18,5 milhões, reforço na merenda, na alimentação escolar. Compramos já R$ 8,5 milhões de novos mobiliários”, conta Raquel Teixeira, secretária de Educação do RS.
Morgana Domênica Hattge, especialista em educação, afirma que o retorno às aulas, além de essencial na educação das crianças, reforça o acolhimento.
“Essa energia das crianças e dos jovens na escola também é cura para o professor. Então, esse acolhimento, espaços de escuta para as crianças e para os jovens, espaço para as crianças para que as crianças possam brincar, né? Tudo isso é importante nesse momento”, explica Morgana Domênica Hattge, professora doutora em educação.