Boa Vista atingiu 334.5µg/m3 até às 18h36 deste domingo (24) e ficou acima do limite da escala que mede a qualidade do ar na região Amazônica. Fumaça é causada pelos incêndios florestais em municípios próximos da capital e em países como Guiana e Suriname. Fumaça volta a encobrir Boa Vista.
Ronny Alcântara/Rede Amazônica
Boa Vista ficou encoberta por uma nova “nuvem” de fumaça na tarde deste domingo (24) e a qualidade do ar durante a noite na capital voltou a atingir um nível considerado péssimo para a saúde da população. A fumaça vem incêndios florestais que ocorrem em municípios de Roraima e em países próximos ao estado.
Numa escala que vai 0 a 160 µg/m3, Boa Vista chegou a atingir 334.5µg/m3, às 18h36, de acordo com a Plataforma Selva, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), que monitora em tempo real queimadas e o índice da qualidade do ar na região Amazônica.
Qualidade do ar fica pésssima em Boa Vista.
Plataform Selva/UEA/Reprodução
A nova nuvem cinzenta atingiu diversos pontos da cidade, como os bairros Cauamé, Aeroporto, Centro, Caçari, Paraviana, Canarinho, Centenário, Jardim Primavera, Senador Hélio Campos e Pintolândia.
No último dia 12, a cidade já havia registrado a pior qualidade do ar desde o início do ano. Na data, a capital atingiu mais de 125 µg/m3 apenas durante a manhã, já sendo considerada “péssima” para a saúde. Na noite do dia anterior, em 11 de março, Boa Vista já havia atingido 119.5 µg/m3.
Fumaça de incêndios florestais atingem Boa Vista neste domingo (24).
Alan Chaves
A fumaça vem dos incêndios florestais que ocorrem as cidades próximas da capital e principalmente da Guiana, país que faz fronteira com Roraima, e do Suriname — embora, o estado tenha muito mais focos que os dois países.
Segundo dados do Instituto de Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Guiana registrou 1.256 focos, enquanto o Suriname teve 369. Roraima, por sua vez, tem 3.973. São 2.348 focos a mais que os dois países juntos.
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Samantha Rufino/g1 RR
De acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisa espaciais (INPE), dos dez municípios do Brasil com mais focos de calor desde o início deste mês de março, sete são de Roraima. Caracaraí, ao Sul do estado, lidera o ranking, com 299 focos e é seguido de Iracema, com 183, e Cantá, com 170 (veja o ranking completo no gráfico abaixo).
Período seco e incêndios em Roraima
Boa parte do estado fica no hemisfério Norte, por isso, atualmente está na estação seca, chamada de “verão amazônico” — o período vai de outubro a março. Os meses de dezembro e janeiro são os mais secos, com registro de poucas chuvas.
Segundo o histórico de dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram registrados 4,2 milímetros de chuva em todo o mês de janeiro, 14% do esperado. Em fevereiro, choveu apenas 6,8 milímetros, 21% do esperado.
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Em meio à seca, que deve durar até abril, incêndios florestais consomem casas, animais e a vegetação. Além disso, com a estiagem, moradores têm ficado sem água encanada devido à seca nos reservatórios que abastecem as cidades, como é o caso de Pacaraima, ao Norte, e São Luiz, ao Sul.
O cenário fez com que o governo estadual decretasse situação de emergência em nove dos 15 municípios de Roraima devido a forte estiagem. O governo federal reconheceu a emergência.
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