20 de outubro de 2024

Número de microempreendedores individuais mais que triplica nos últimos 10 anos no Brasil

Eram 4,6 milhões em 2014 contra 15,7 milhões em 2023. Número de microempreendedores mais que triplicou nos últimos 10 anos no Brasil
Nos últimos dez anos, o número de brasileiros que viraram microempreendedores individuais mais que triplicou.
Entre milhões de brasileiros que tiveram que se reinventar nos últimos anos, quantos escolheram recomeçar pela cozinha? Preparando todo tipo de comida. A chef funcional Beatriz Motta faz parte dessa história.
“A gente trabalha com refeições funcionais, geralmente de 350 gramas, tanto por encomenda quanto pronta entrega”, conta.
Está certo que no caso dela houve facilidades: a família já tinha um restaurante, que fechou as portas na pandemia. Seguir sozinha, como MEI, microempreendedora individual, deu um baita frio na barriga.
“Porque não tem mais aquele apoio, não é mais uma empresa grande, já era toda estruturada, com anos de casa, então começar tudo do zero é mais difícil”, diz Bia.
Número de microempreendedores individuais brasileiros mais que triplica nos últimos 10 anos
Reprodução/TV Globo
Não foi só a pandemia. O mercado e as relações de trabalho vêm mudando há um tempo no mundo todo. No caso do Brasil, o número de microempreendedores mais que triplicou na última década.
Eram 4,6 milhões em 2014 contra 15,7 milhões em 2023. Mas quantos destes vão conseguir de fato crescer e prosperar nos negócios? Uma pesquisa recente feita pelo Sebrae mostra que, de cada 10 microempreendedores brasileiros, três fecham as portas em um período de até cinco anos de atividade.
“Pelo fato de muitas pessoas pensarem no empreendedorismo como uma porta de entrada para o mercado de trabalho, essas pessoas podem chegar despreparadas. O Brasil ainda é um país muito difícil de empreender por conta das regras e impostos que nós temos”, destaca Janaina Feijó.
Número de microempreendedores individuais brasileiros mais que triplica nos últimos 10 anos
Reprodução/TV Globo
Antes de se tornarem MEIs, 60% dos entrevistados trabalhavam de carteira assinada.
“Com carteira assinada, a pessoa recebe pelo INSS, aí já tem uma segurança. Assim não. Assim, se ficar doente, ficar em casa, fica sem receber”, diz Naufra Ribeiro Costa, microempreendedora.
“Tem que ter força de vontade, força de vontade e garra. Se não, não consegue não”, afirma Creciane da Conceição, microempreendedora.
“Tem que inventar pra vender hoje, ainda mais com internet, compras em sites, então você tem que ser diferente”, destaca Ana Paula Cavalcante, microempreendedora
Cerca de 90% dos microempreendedores ouvidos pela pesquisa, feita entre junho e julho deste ano, estavam operando ativamente — um recorde, segundo o Sebrae.
“São brasileiros, homens e mulheres, que acordam de manhã e nunca desistiram, verdadeiros resilientes que, inclusive, hoje respondem pelo maior número da empregabilidade brasileira”, afirma Décio Lima, presidente do Sebrae.
Número de microempreendedores individuais brasileiros mais que triplica nos últimos 10 anos
Reprodução/TV Globo
Boa parte dos microempreendedores trabalha de casa. É em um ambiente doméstico que ela cuida dos pedidos, das entregas, da contabilidade.
E agora tem mais: A Bia está completamente dividida entre as obrigações de MEI e de mãe.
“É um novo empreendimento: ‘Heleninha’. Heleninha vai fazer 4 meses. Me sinto feliz, eu vejo a empresa crescendo, vejo as coisas caminhando, gosto bastante do rumo que as coisas tomaram”, ressalta.
Chefe Bia com a filha Helena
Reprodução/TV Globo
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