29 de dezembro de 2024

Nunes diz que vai trocar 20% da frota para ônibus elétricos nos próximos 4 anos; mesma promessa foi feita na gestão anterior


Segundo o Programa de Metas da Prefeitura de São Paulo, até outubro deste ano, somente 3,19% da frota de ônibus municipais era composta por veículos de matriz energética limpa. O prefeito reeleito de SP, Ricardo Nunes, durante entrevista à GloboNews
Reprodução/GloboNews
O prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou neste sábado (28) à GloboNews que vai substituir 20% da frota de ônibus para veículos elétricos nos próximos quatro anos. A mesma promessa já havia sido feita na gestão anterior.
Segundo o Programa de Metas de 2021 a 2024 da Prefeitura de São Paulo, somente 3,19% da frota de ônibus municipais era composta por veículos de matriz energética limpa até outubro deste ano. Ou seja, o emedebista encerrou a primeiro mandato sem cumprir esta promessa.
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Atualmente, a capital tem 489 ônibus municipais elétricos, incluindo os trólebus. No fim de novembro, a prefeitura anunciou a compra de mais 1.300 coletivos elétricos a partir de um financiamento de R$ 2,5 bilhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Temos a questão da substituição dos nossos ônibus a diesel. Para você ter uma ideia, aqui em São Paulo, 64% de emissão de dióxido de carbono, que é medido na cidade, são provenientes dos 7 milhões de carros e mais de 1 milhão de motos. Metade disso é proveniente de ônibus. Nós vamos ter R$ 6 bilhões em investimentos para poder fazer essa substituição, temos um plano muito ousado para que nos próximos quatro anos a gente substitua 20% da frota”, disse Nunes em entrevista ao jornalista André Trigueiro.
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TV Globo
O prefeito reconheceu que a substituição total da frota é um objetivo para o longo prazo e de alto custo. A estimativa é a de que seriam necessários R$ 15 bilhões para substituir apenas metade dos ônibus municipais.
Segundo Nunes, a adoção de ônibus elétricos também contribui para a redução da poluição sonora, pois os veículos são mais silenciosos.
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Poluição sonora
Sete milhões de carros e 1,3 milhão de motos circulam diariamente em São Paulo, sendo umas das fontes de poluição sonora da cidade, de acordo com o prefeito. Contudo, no plano de governo apresentado nas eleições deste ano, Nunes não apresentou nenhuma ação para combater o problema.
Questionado sobre o tema durante a entrevista, o emedebista mencionou algumas ações que podem contribuir, em sua avaliação, para a redução da poluição sonora, como a Faixa Azul — que funciona como um corredor expresso de motos.
Atualmente, há mais de 200 km de Faixa Azul em São Paulo. Para os próximos quatro anos, o objetivo é expandir para 400 km.
“A Faixa Azul é uma linha separada para as pessoas andarem com a sua moto. Diminuímos nesses locais o número de acidentes e de óbitos, mas também melhoramos a questão sonora. Quando você tem as vias que tem Faixa Azul, não fica aquela buzina da moto, porque eles pararam de disputar o espaço. O carro tem o seu espaço, a moto tem o seu. Ali já é uma diminuição enorme da poluição sonora”, explicou Nunes.
Mudanças climáticas
Para enfrentar as mudanças climáticas em São Paulo no próximo mandato, Nunes ainda disse que vai apostar em algumas medidas como:
Aumentar a área de mata pública de 15% para 26% do território da cidade, por meio da desapropriação de áreas de mata privada;
Inaugurar mais 10 parques;
Expandir a malha de ciclovias e ciclofaixas de 886 km para mil km;
Investir em quatro ecoparques para gestão de resíduos sólidos;
Construir oito novos piscinões;
Intensificar as campanhas de conscientização sobre reciclagem;
Reduzir o tempo de espera para a realização de podas, que atualmente é de cerca de 30 dias.
“Eu vou ser lembrado como [o prefeito de] uma cidade que deu exemplo para o Brasil e para o mundo de resiliência com relação à questão das mudanças climáticas. Temos uma Secretaria Municipal de Mudanças Climáticas. No mundo, se não me engano, existem cinco. São Paulo é uma delas”, afirmou.
E emendou: “Se você pegar o orçamento que mandei para a Câmara Municipal, de R$ 123 bilhões, está especificado no primeiro capítulo que R$ 15 bilhões são destinados para ações que são relacionadas à questão das mudanças climáticas”.
Área de risco
Aproximadamente 476 mil pessoas moram em áreas de risco na capital paulista, segundo os dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Em entrevista, Nunes admitiu que não vai conseguir zerar a fila.
As áreas de risco são classificadas de 1 a 4, sendo 4 o maior risco. Atualmente, existem 14 mil casas em áreas de risco R4. Segundo o prefeito, a meta é eliminar todas essas casas de áreas de risco máximo.
A prefeitura está investindo R$ 7,6 bilhões em drenagem, canalização de córregos e contenção de encostas para reduzir as áreas de risco. Este investimento é o dobro do que foi feito nos últimos 10 anos, de acordo com o emedebista.

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