Ministro da Fazenda participa de conferência sobre economia brasileira e defendeu a revisão de programas sociais. Ministro Fernando Haddad participa de conferência do BTG Pactual
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O ministro da Fazenda Fernando Haddad reafirmou seu compromisso de equilíbrio fiscal e controle das contas públicas, nesta terça-feira (20), e disse que “o fiscal é importante, mas não é o todo”.
Em meio a questionamentos sobre a capacidade do governo de arcar com suas despesas, ele defendeu a revisão de programas sociais para garantir que os benefícios atinjam seus verdadeiros públicos e não gerem problemas para a economia.
Haddad disse que sua equipe apresenta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva as possibilidades de correções nos programas, não apenas para ajustar as contas públicas, mas também para que a atividade econômica não seja impactada por uma falta de gerenciamento dos benefícios.
“Não pode correr o risco de tirar do mercado de trabalho quem pode trabalhar por uma distorção de um programa mal gerenciado”, afirmou o ministro.
Haddad discursou no Macro Day 2024 do BTG Pactual, conferência do banco que discute a economia do país.
Ele defendeu a continuidade do andamento da reforma tributária no Congresso Nacional e disse que o Brasil está mais maduro para conseguir implementar essa reforma.
O ministro destacou que “o Brasil é capaz de dar um salto”. disse que o crescimento econômico “também inspira cuidados”, para que o governo consiga evitar ou corrigir distorções na economia, principalmente o avanço da inflação.
Segundo Haddad, “não existe nenhum motivo para que o Brasil não cresça mais do que a média global”, tendo em vista que o país tem demonstrado uma atividade econômica forte e um mercado de trabalho resiliente.
O ministro, porém, destaca que a equipe econômica tem olhado para esse crescimento com atenção, “porque o sucesso também causa distorções”. Ele explica que, a partir do momento que o país começa a se aproximar do pleno emprego e a alcançar o limite da capacidade produtiva instaurada, o governo precisa “ajustar variáveis para garantir a qualidade do crescimento”.
Uma das principais variáveis são os possíveis gargalos da oferta de produção, que podem gerar pressão inflacionária na economia. Quando a atividade econômica está muito forte, com a população com dinheiro para consumir, a demanda por produtos e serviços sobe e isso impacta a oferta. Se as empresas não conseguem elevar a produção para ofertar mais, isso gera inflação.
Em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,38% e acumulou uma alta de 4,5% em 12 meses. Esse percentual é o teto da meta de inflação do Banco Central do Brasil (BC) para 2024 — a meta é de 3,0%, podendo oscilar entre 1,50% e 4,50%.
Inflação bate no teto da meta de 4,5% no acumulado até julho; e agora?
Durante discurso de abertura da conferência, o presidente do BTG Pactual, André Esteves, disse que “Fernando Haddad tem sido um herói na defesa da economia brasileira”.