Além das cotas, empresas adotam a diversidade como estratégia de sustentabilidade e trazem resultados positivos para empresas e para a sociedade A crescente necessidade de mais equidade e diversidade de representação de grupos sociais dentro das organizações tem sido impulsionada tanto por consumidores conscientes quanto por investidores que buscam empresas com práticas sustentáveis. Por isso, a adoção de práticas ESG (Environmental, Social and Governance, ou, português, ASG – “Ambiental, Social e Governança”) tem se tornado mais relevante para as empresas, aumentando a busca por modelos de negócios mais sustentáveis e socialmente responsáveis.
Dentro das pautas sociais, a diversidade e a inclusão são pontos fundamentais, que, entretanto, ainda são tratadas de forma superficial ou automatizada, e é preciso ir além da inclusão formal e das obrigatoriedades exigidas por lei.
De acordo com agenda ESG, as empresas precisam se posicionar ativamente contra qualquer forma de discriminação, como machismo, homofobia, racismo, transfobia e capacitismo. Ao adotar práticas éticas inclusivas em todas as operações, a empresa fortalece sua reputação no mercado e contribui para o desenvolvimento da comunidade.
A diversidade e a inclusão são tópicos importantes em estratégias para a sustentabilidade de qualquer negócio
Quando pessoas com origens, experiências e perspectivas diversas trabalham juntas, o resultado é um ambiente mais rico em ideias, capaz de gerar soluções inovadoras e atender às demandas de um mercado cada vez mais exigente.
Um estudo da McKinsey & Company revelou que empresas com diversidade étnica e racial em seus quadros de colaboradores têm 35% mais probabilidade de alcançar resultados financeiros acima da média do setor.
Se a preocupação com a diversidade for autêntica, consumidores e investidores percebem como um diferencial: pesquisas indicam que 87% dos brasileiros preferem comprar de marcas que se preocupam com questões sociais.
Mas a diversidade e a inclusão vão além do resultado financeiro. Ao promover a igualdade de oportunidades, as empresas contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa, firmando um pacto social.
Essa prática está diretamente relacionada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o ODS 5, que trata de igualdade de gênero, e o ODS 10, que fala de redução das desigualdades.
Por que investir em uma cultura organizacional inclusiva
Para que a diversidade se torne uma vantagem competitiva, as empresas precisam desenvolver uma cultura organizacional inclusiva. Isso significa criar um ambiente de trabalho seguro e acolhedor para todas as pessoas, onde cada indivíduo se sinta valorizado e respeitado.
Com equipes mais diversas, as empresas podem desenvolver produtos e serviços que atendem às necessidades específicas de diferentes segmentos de mercado, ampliando sua base de consumidores. Ao fomentar um ambiente inclusivo, as empresas estimulam a troca de ideias e a busca por soluções mais eficazes para os desafios do mercado, o que se traduz em mais competitividade e melhores resultados.
Um ambiente de trabalho diverso impacta diretamente na produtividade e no engajamento dos funcionários. Quando as pessoas se sentem valorizadas e pertencentes, elas se sentem mais motivadas e engajadas a alcançar os objetivos da empresa. Consequentemente, há uma diminuição na rotatividade de pessoal e o clima organizacional se torna mais positivo.
Além disso, investir em um ambiente múltiplo e diverso agrega valor à marca. Consumidores e investidores preferem se unir a empresas que se comprometem com a equidade e a inclusão. Isso também atrai e retém talentos qualificados e fortalece a imagem da empresa no mercado.
Estratégias para a promoção da inclusão e da diversidade contribuem com o sucesso da organização
Construir uma força de trabalho verdadeiramente diversa exige um compromisso com uma liderança inclusiva. Ao promover profissionais de diferentes origens e perspectivas a cargos de gestão, as empresas demonstram seu compromisso com a equidade e incentivam uma cultura organizacional mais plural.
Além disso, é crucial revisar os processos de recrutamento e seleção para garantir que sejam justos e equitativos, oferecendo oportunidades iguais a todos os candidatos. A oferta de programas de treinamento e desenvolvimento, acessíveis a todos os colaboradores, também é fundamental para promover o crescimento profissional e o desenvolvimento de talentos diversos.
Criar espaços de diálogo e apoio, como grupos de afinidade (mulheres, LGBTQIAP+, PCDs, pessoas não brancas e neurodivergentes por exemplo) é um passo importante para que os colaboradores se sintam valorizados e pertencentes. Ao proporcionar um ambiente seguro para compartilhar experiências e desafios, as empresas fortalecem os laços entre os colaboradores e promovem a inclusão.
Uma comunicação transparente e aberta sobre as iniciativas de diversidade e inclusão é fundamental para construir uma cultura organizacional inclusiva. Compartilhando os valores da empresa e os progressos alcançados, as empresas engajam seus colaboradores e os convidam a participar ativamente de todo o processo.
Apostar em equipes plurais faz com que as empresas se abram para novas perspectivas e ideias. Essa mudança de cultura organizacional reflete diretamente na imagem da empresa, demonstrando que ela se preocupa não apenas com o lucro, mas também com o bem-estar das pessoas e da sociedade.
Diversidade e inclusão são um dever ético e um aspecto determinante para o sucesso das organizações. Investir em políticas de diversidade e inclusão é contribuir para a construção de um futuro mais justo e equitativo, ao mesmo tempo em que fortalecem seus negócios e garantem sua longevidade no mercado.