23 de setembro de 2024

O.J. Simpson, absolvido no que muitos consideram o julgamento do século nos Estados Unidos, morre aos 76 anos

Com um histórico de violência doméstica, jogador de futebol americano e ator era o principal suspeito de matar a ex-mulher, Nicole Brown, e um amigo dela, a facadas. O.J. Simpson, absolvido no que muitos consideram o julgamento do século nos Estados Unidos, morre aos 76 anos
Jornal Nacional/Reprodução
O jogador de futebol americano e ator O.J. Simpson morreu nesta quinta-feira (11), aos 76 anos. Ele era um ícone do esporte e foi absolvido no que muitos consideram o julgamento do século nos Estados Unidos.
Orenthal James Simpson nasceu em um bairro pobre de São Francisco, na Califórnia, e ninguém apostaria que o menino de pernas finas, que teve que usar bota ortopédica na infância se tornaria um dos maiores jogadores de futebol americano.
O.J., como logo ficou conhecido, iniciou a carreira pelo Buffalo Bills, em 1969. E, mesmo sem vencer nenhum título, se tornou o jogador mais bem pago da liga profissional com um salário de US$ 800 mil. Até que uma lesão no joelho o obrigou a deixar o esporte em 1979.
Em 1985, entrou para o Hall da Fama do futebol americano. Mas O.J. não parou. Virou comentarista esportivo e ator. No cinema, estrelou sucessos de bilheteria, como a trilogia “Corra que a polícia vem aí”.
Mas não foi por causa de nenhuma dessas carreiras que O.J. Simpson conseguiu parar o país. Em 1994, deixou quase 100 milhões de americanos grudados na tela da TV ao protagonizar uma perseguição policial. Uma audiência maior do que na chegada do homem à Lua ou no funeral do ex-presidente John Kennedy.
Com um histórico de violência doméstica, O.J. era o principal suspeito de matar a ex-mulher, Nicole Brown, e um amigo dela, a facadas. Quando apareceu em público no funeral, ele se recusou a se entregar à polícia e foi perseguido por quase 100 km sob a mira dos agentes e das câmeras.
O público acompanhou os nove meses de julgamento como uma novela. Na época, protestos pelo fim da violência policial contra pessoas negras aconteciam em várias cidades dos Estados Unidos. A defesa explorou esse cenário a favor de O.J.; acusou policiais de racismo e de plantarem evidências contra ele. Já os críticos do ex-jogador acharam que ele foi beneficiado porque quase todos jurados eram negros.
Uma das cenas mais marcantes é a de O.J. vestindo uma das principais provas do crime – uma luva de golfe suja de sangue. Era uma estratégia da acusação que saiu pela culatra. As luvas não couberam nas mãos dele e isso foi um dos motivos que fizeram com que o ex-jogador fosse inocentado. O veredito dividiu o país. A arma do crime nunca foi encontrada.
O.J. Simpson teve carreira como ator e seu julgamento virou série e documentário; relembre
A história foi contada em diversos livros, virou até filme e seriado de TV. Em 1997, em novo julgamento na esfera cível, O.J. Simpson foi considerado responsável pelas mortes e condenado a pagar uma multa de US$ 33 milhões às famílias das vítimas. Dez anos depois, foi preso ao roubar itens esportivos históricos em um hotel de Las Vegas. A Justiça condenou o ex-jogador a 33 anos de prisão por assalto a mão armada e sequestro.
Desde 2017, ele vivia em liberdade condicional, em Las Vegas, onde morreu de câncer, longe das câmeras, dos campos e tribunais que fizeram dele um dos personagens mais polêmicos dos Estados Unidos.
O.J. Simpson morreu na quarta-feira (10), mas a família só anunciou a morte nesta quinta (11).
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