16 de outubro de 2024

O que é o superfungo e por que ele é considerado uma ameaça à saúde pública

Belo Horizonte tem três casos confirmados do Candida auris. Outros 22 estão sendo investigados. Fungo Candida Auris
Centers For Disease Control and Prevention (CDC)
Três casos de infecção pelo superfungo Candida auris foram confirmados no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Dois pacientes já tiveram alta, e um permanece internado. Outras 22 pessoas estão sendo monitoradas na unidade com suspeita de contaminação.
O fungo tem alta transmissibilidade e capacidade de colonizar rapidamente a pele do paciente. Além disso, é muito resistente a medicamentos e pode ser fatal.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o superfungo:
Quando ele foi identificado pela primeira vez?
O Candida auris foi identificado pela primeira vez em 2009, no ouvido de uma paciente internada no Japão.
Quando ele foi detectado no Brasil?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi notificada sobre o possível primeiro caso positivo de Candida auris no Brasil em dezembro de 2020, em um paciente internado na Bahia. O superfungo foi identificado após análises laboratoriais.
Desde então, o país registrou diversos surtos.
Por que o Candida auris é considerado uma “ameaça à saúde pública”?
Segundo alerta emitido pela Anvisa após a notificação do primeiro caso no Brasil, o Candida auris representa uma “séria ameaça à saúde pública” porque:
apresenta resistência a vários medicamentos antifúngicos comumente utilizados para tratar infecções por Candida. Algumas cepas de Candida auris são resistentes a todas as três principais classes de fármacos antifúngicos;
pode causar infecção em corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo ser fatal, principalmente em pacientes com comorbidades;
a identificação desse fungo requer métodos laboratoriais específicos, já que a Candida auris pode ser facilmente confundida com outras espécies de leveduras;
pode permanecer viável por longos períodos no ambiente (semanas ou meses) e apresenta resistência a diversos desinfetantes;
é propenso a causar surtos devido à dificuldade de identificação por métodos laboratoriais rotineiros e de eliminação do ambiente contaminado.
Quais os fatores de risco?
De acordo com um alerta publicado em 2023 pela Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, a literatura sugere que os fatores de risco para Candida auris incluem internação em unidades de terapia intensiva, hospitalização prolongada ou em instituições de longa permanência, uso de cateter venoso central e outros dispositivos invasivos, tratamento prévio com antifúngicos, cirurgia recente, imunossupressão e diabetes.
Quais os principais sintomas?
Segundo o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, não há um conjunto de sintomas específicos causados por Candida auris. O superfungo pode provocar infecção em diferentes partes do corpo, como sangue e ouvidos. Os sintomas dependem da localização e da gravidade e podem incluir febre e calafrios.
Como controlar a transmissão do superfungo?
Pacientes infectados podem espalhar o fungo em superfícies e objetos como grades de cama e maçanetas. O Candida auris pode sobreviver nesses locais por muito tempo e se espalhar para outros pacientes.
Entre as medidas de prevenção que podem ser adotadas em unidades de saúde, estão reforço da higienização de mãos, isolamento de pacientes infectados e limpeza e desinfecção de superfícies e ambientes.
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