5 de novembro de 2024

O que é preciso para Kamala ou Trump vencer eleição dos EUA? Veja as contas em busca dos 270 delegados


Quem obtiver apoio de 270 delegados no Colégio Eleitoral vence. Sistema existe há mais de 200 anos e ajuda a balancear interesses e influência de cada estado. Voto popular ainda é decisivo e dá os rumos para a escolha do próximo governante. Eleições americanas: como acompanhar a apuração
Em uma disputa acirrada, Kamala Harris e Donald Trump vão disputar voto a voto nas eleições desta terça-feira (5) para a Presidência dos Estados Unidos. Eles estão de olho especialmente nos estados que não têm uma preferência clara entre democratas e republicanos. Confira a seguir alguns cenários possíveis para que Kamala ou Trump consiga os 270 votos necessários no Colégio Eleitoral e vença as eleições.
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Rumo à Casa Branca
Arte/g1
Nos Estados Unidos, o voto é indireto, e o presidente é eleito pelo Colégio Eleitoral: são 538 delegados que representam cada um dos 50 estados norte-americanos, além do Distrito de Colúmbia (onde fica a capital, Washington).
Confira as regras:
Vence a eleição o candidato que conquistar a maioria dos delegados, que é o número mágico de 270 votos.
Isso não significa que a votação popular não seja decisiva. O candidato que for mais votado pela população em um estado conquista todos os delegados daquele estado. O Texas, por exemplo, tem 40 delegados, enquanto Nova York, 28.
É como se cada estado valesse um número exato de pontos. Ou seja, para ganhar as eleições, são necessários, pelo menos, 270 pontos — ou delegados.
A maioria dos estados já possui uma tradição clara de voto em um determinado partido. A Califórnia, por exemplo, costuma votar nos democratas. Enquanto isso, o Alabama é um estado com tradição republicana.
Diante deste cenário, Kamala e Trump devem começar a apuração com um número quase garantido de delegados. As projeções indicam que a democrata terá 226 delegados, enquanto o republicano conquistará 219.
Restarão em jogo 93 delegados decisivos, distribuídos em sete estados-chave, que não têm uma preferência clara entre democratas e republicanos. São eles:
👉 Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, que fazem parte do Cinturão da Ferrugem, região industrial decadente no nordeste do país; e Arizona, Geórgia, Nevada e Carolina do Norte, que integram o Cinturão do Sol, localizados ao sul e oeste do país e marcados por rápido crescimento econômico e de diversidade étnica.
Nesses estados, o candidato mais votado costuma variar de eleição para eleição.
Veja no mapa abaixo a divisão dos estados entre os partidos Republicano e Democrata:

Nesta reportagem, você vai ver alguns cenários para que Kamala ou Trump vença as eleições, segundo as projeções de analistas políticos:
Kamala conquista a região dos Grandes Lagos
Trump vence no Cinturão do Sol (estados ao sul e oeste do país) e outro estado
Trump vence sem a Carolina do Norte
Kamala vence sem a Pensilvânia
Kamala e Trump empatam
1. Kamala Harris conquista a região dos Grandes Lagos
Kamala Harris seria eleita presidente se conquistasse os três estados-chave que estão na região dos Grandes Lagos (no nordeste dos EUA). São eles:
Wisconsin
Michigan
Pensilvânia
A soma desses estados garantiria a Kamala 44 delegados. Com os 226 que ela já teria, a democrata chegaria ao total de 270.
Considerando que Trump venceria nos demais estados-chave, o republicano terminaria a eleição com 268 delegados. Veja no mapa abaixo.

Joe Biden venceu nos estados-chave dos Grandes Lagos, em 2020. Por outro lado, Trump foi o mais votado por lá nas eleições de 2016.
2. Trump vence no Cinturão do Sol e outro estado
Trump seria eleito se conquistasse os estados-chave do Cinturão do Sol, além de mais estados nos Grandes Lagos. Fazem parte do Cinturão do Sol:
Carolina do Norte
Geórgia
Arizona
Nevada
Esses estados somados dariam a Trump 49 delegados. Com isso, ele chegaria a 268. Se o republicano vencesse em apenas mais um dos demais estados-chave, ele conseguiria mais de 270 delegados.
Para fazer essa simulação, vamos dizer que Trump venceria na Pensilvânia e perderia no Wisconsin e Michigan. As médias das pesquisas indicam que ele tem uma vantagem de menos de 1 ponto percentual na Pensilvânia.
Neste cenário, ele teria 287 delegados, enquanto Kamala terminaria com 251. Veja abaixo.

Trump venceu na Pensilvânia em 2016, mas perdeu em 2020.
3. Trump vence sem a Carolina do Norte
As pesquisas indicam que Kamala Harris vem encostando em Donald Trump na Carolina do Norte. Os dois estão tecnicamente empatados nesse estado-chave, mas o republicano mantém uma vantagem numérica.
Se a democrata emplacasse uma vitória na Carolina do Norte, Trump ainda poderia vencer. Para isso, ele precisaria manter os estados-chave do Cinturão do Sol e vencer em um dos Grandes Lagos.
Para fazer essa simulação, a Pensilvânia é novamente exemplo. Sendo assim, Trump ganharia nos seguintes estados-chave:
Nevada
Arizona
Pensilvânia
Geórgia
Já Kamala seria a mais votada em:
Wisconsin
Michigan
Carolina do Norte
Neste cenário, Trump terminaria a eleição com 271 delegados, enquanto Kamala teria 267. Confira a configuração no mapa abaixo.

Trump venceu na Carolina do Norte em 2016 e 2020.
4. Kamala vence sem a Pensilvânia
Kamala ainda poderia vencer se perdesse na Pensilvânia. Para isso, a candidata teria que tomar de Trump ao menos dois estados do Cinturão do Sol e manter os demais estados-chave nos Grandes Lagos.
Vamos usar o exemplo do cenário da Carolina do Norte e agregar Nevada, onde os democratas venceram em 2016 e 2020. Sendo assim, Kamala teria os seguintes estados-chave:
Nevada
Carolina do Norte
Michigan
Wisconsin
Já Trump venceria nos estados-chave da:
Geórgia
Pensilvânia
Arizona
Caso esse cenário se concretize, Kamala teria 272 delegados, e Trump, 265. Veja no mapa abaixo.

6. Kamala e Trump empatam
Um cenário muito improvável resultaria em um empate no Colégio Eleitoral. Sendo assim, Kamala e Trump conquistariam 269 delegados cada.
Um empate aconteceria a partir de uma combinação de resultados. O mais provável teria de respeitar os seguintes critérios:
Trump teria de vencer em todos os estados que já são de tradição republicana. Ou seja, não poderia acontecer nenhuma “zebra” em estados onde o resultado costuma favorecer a um dos dois partidos.
Kamala teria que vencer em todos os outros estados que possuem tradição democrata.
Trump precisaria vencer nos estados-chave de Nevada, Arizona, Geórgia e Carolina do Norte.
Kamala teria de vencer nos estados-chave de Michigan, Wisconsin e Pensilvânia.
O segundo distrito de Nebraska, que é mais inclinado aos democratas e tem 1 delegado, teria que viver uma reviravolta e dar a vitória a Trump. Pesquisas indicam ampla vantagem de Kamala na região, atualmente.

Nesse caso, seria acionada a 12ª Emenda da Constituição, e a eleição seria decidida pela Câmara dos Deputados. Neste cenário, cada estado teria direito a um voto, independentemente do tamanho.
Ao fim, o candidato que tivesse a maioria dos votos na Câmara seria eleito. Enquanto isso, o Senado ficaria responsável por eleger o vice-presidente.
❗ Como os Estados Unidos possuem 50 estados, ainda haveria hipótese de um novo empate. Neste cenário, as negociações e votações continuariam até o fim do impasse. Um presidente interino poderia ser nomeado caso a situação não fosse resolvida até o dia marcado para a posse.
Essa situação aconteceu apenas em 1824, quando nenhum dos quatro candidatos que disputou as eleições conquistou a maioria absoluta dos delegados.
O projeto “FiveThirdyEight” calcula chances menores de 1% para um empate neste ano.
Como funcionam as eleições nos Estados Unidos
arte/g1
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