Profissional está pedindo uma medida protetiva porque tem medo de represálias. Caso foi gravado e os policiais foram afastados. Imagem da boca da professora, após levar um soco de um policial militar, em São Luís
Reprodução/TV Mirante
Uma professora foi agredida durante uma abordagem policial, em São Luís. Todo o caso foi gravado por uma câmera de segurança, o que culminou no afastamento dos policiais envolvidos. A vítima, que levou um soco, registrou o caso e agora busca justiça.
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Veja tudo o que se sabe até esta terça-feira (12) sobre o caso:
Quando e como foi a abordagem?
O que disseram as testemunhas?
Quem é a vítima?
Quem é o PM que agrediu?
Como estão as investigações e os desdobramentos?
1. Quando e como foi a abordagem?
Segundo a professora, ela, o marido e alguns amigos estavam retornando de uma pescaria, no bairro Cruzeiro de Santa Bárbara, em São Luís, quando foram abordados por três policiais da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (ROTAM).
VÍDEO: professora é vítima de agressão durante uma abordagem policial em São Luís
O caso aconteceu na última quinta-feira (7) e os policiais deram ordem de parada ao marido da professora, alegando que ele estava em alta velocidade e que seria preso por causa disso.
Durante a abordagem policial ao marido, a professora decidiu gravar a cena, pois os policiais estariam agindo de forma grosseira, colocando o braço pra trás com força e dando um ‘goelão’ no pescoço.
No entanto, os policiais teriam se incomodado de serem gravados e decidiram reagir.
2. O que disseram as testemunhas?
Segundo testemunhas, um dos policiais se aproximou e gritou com a professora mandando que ela desligasse o celular. Assustada, a professora gritou por socorro, mas foi agredida com dois tapas e um soco.
“O outro policial veio pro meu lado e começou a gritar comigo, mandando eu desligar meu celular, pra dar meu celular pra ele e eu falei que não dava. Aí eu desci do carro e no momento que eu desci do carro, veio outro policial me deu um bogue na minha boca e eu caí no chão. Corri numa casa gritando, pedindo socorro. Aí ele foi e me deu outro tapa no pé do meu ouvido e eu caí no chão. Um dos amigos que estava com a gente disse ‘não bate nela que ela é mulher’. Ele foi, deu dois tapas e deu um tiro”, conta a professora.
Cápsula de fuzil que teria sido disparado durante a abordagem
Reprodução/TV Mirante
Ainda segundo testemunhas, enquanto a professora corria para pedir ajuda numa casa próxima, o mesmo policial deu um soco num amigo dela que tentou defendê-la.
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Nas imagens gravadas por uma câmera de segurança, não é possível perceber, mas as vítimas das agressões disseram que o policial chegou a dar um tiro de fuzil em direção ao chão. A cápsula foi recolhida por vizinhos no dia seguinte e entregue à família da professora.
3. Quem é a vítima?
A vítima é professora e preferiu não se identificar na reportagem. Na última segunda-feira (11), ela foi hoje à Delegacia da Mulher entregar o artefato e tentar uma medida protetiva contra o PM que a agrediu.
Comando da PM afasta policiais suspeitos de agressão no MA
No entanto, a professora foi orientada a primeiro fazer um novo Boletim de Ocorrência numa delegacia especializada em crimes cometidos por agentes públicos. Antes, ela já havia registrado um Boletim de Ocorrência na Delegacia da Cidade Operária.
O marido da professora foi preso e ela também foi à delegacia prestar queixa contra os policiais. Ela diz ter medo de retaliações por denunciar os abusos.
4. Quem é o PM que agrediu?
O policial que teria agredido a professora é o sargento Getúlio Protassio Vasconcelos. Ele estava acompanhado de dois soldados, identificados apenas como soldado André e soldado Bitenttiut.
Todos são da Ronda Ostensiva Tática Móvel (ROTAM), um grupo de elite da Polícia Militar.
Sargento Getúlio Protassio Vasconcelos seria o PM que agrediu a professora
Reprodução/TV Mirante
5. Como estão as investigações e os desdobramentos?
Sobre o caso, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) informou já determinou a apuração do fato e que as providências legais estão sendo adotadas, incluindo uma sindicância para investigação da conduta do agente, que foi afastado das funções de rua até a conclusão do processo, junto com os outros policiais.
Já a Polícia Civil informou que a vítima fez exames de corpo de delito e que as investigações foram encaminhadas para a Promotoria Militar, devido ao suspeito das agressões ser policial militar.
Professora é vítima de agressão durante uma abordagem policial em São Luís
Divulgação/Redes Sociais
Por fim, a nota da SSP destacou que cumpre suas atribuições constitucionais de polícia preventiva e ostensiva, alicerçadas em princípios de preservação da vida e respeito aos direitos humanos e não coaduna com ações que maculem a imagem da corporação.