11 de fevereiro de 2025

Obreiro de igreja é preso por suspeita de abusar sexualmente de crianças


Vítimas teriam sido aliciadas na instituição religiosa da qual eles faziam parte. Líder da Igreja Pentecostal Tempo de Avivamento disse que o obreiro foi expulso da instituição. Marcus Vinícius Andrade de Souza foi preso em casa
Divulgação
O obreiro de uma igreja na Vila Aliança, em Bangu, Zona Oeste do Rio, foi preso na manhã desta segunda-feira (10), na Vila Kennedy, por suspeita de abusar sexualmente de duas meninas de 11 e 13 anos no ano passado. As vítimas teriam sido aliciadas na instituição religiosa da qual eles faziam parte.
Segundo a 34ª DP (Bangu), o crime já vinha sendo praticado por Marcus Vinícius Andrade de Souza — que era responsável por uma escolinha dentro da instituição — há pelo menos 2 anos e, de acordo com os investigadores, os líderes da Igreja Pentecostal Tempo de Avivamento (IPTA) teriam tentado evitar que o caso viesse à tona.
Um dos abusos foi descoberto após o homem mandar áudios para uma das vítimas — a menina de 11 anos — pedindo fotos e vídeos íntimos da menina. Segundo a polícia, os pais da menor teriam procurado a igreja, que tentou dissuadi-los de denunciar o caso na delegacia. Entretanto, a família da menor foi à 34ª DP (Bangu) e fez um registro de ocorrência.
Na sexta (7), a família de uma nova vítima foi à delegacia e registrou o boletim de ocorrência. No último sábado (8), a Polícia Civil pediu à Justiça do RJ um mandado de prisão preventiva contra o homem e foi aceito. A juíza Nathalia Calil Miguel Magluta, do Plantão Judiciário, expediu um mandado, que foi cumprido nesta segunda.
Em uma rede social o líder da Igreja Pentecostal Tempo de Avivamento (IPTA), o pastor Juan Marco, afirmou que a direção da igreja “não compactua com nenhum tipo de dano indevido a membros da igreja ou a nenhuma pessoa que entra na congregação”. Ainda de acordo com a instituição, “a única pessoa envolvida não se encontra mais no corpo de obreiros e foi excluída”. O líder religioso disse ainda que “tem tentado dar todo suporte jurídico, emocional e psicológico” à vítima e seus familiares.
Marcus Vinicius foi preso em casa, na Vila Kennedy
Divulgação
O homem vai responder por estupro e estupro de vulnerável, além de aliciamento de menor.
“Quando ouvidos os áudios, tivemos uma sensação de repulsa, tendo em vista que ele se dirigia com falas de cunho sexual para uma criança de 11 anos. Ele mesmo falava o que estava fazendo com a menor”, lembrou a delegada Isabel Diniz, assistente da 34ª DP.
A delegada pediu que outras vítimas procurem a delegacia.
“É importante ressaltar que esse tipo de crime é subnotificado. Isso significa que, na maioria das vezes, tem menos vítimas do que de fato a polícia tem ciência. Inclusive, temos notícias de que outras vítimas optaram por não procurar a polícia após serem coagidas pela igreja. Então, pedimos que outras vítimas procurem a delegacia para que medidas adicionais sejam tomadas”.
O g1 não conseguiu contato com a defesa do pastor.
O que diz a igreja
Ao g1, o pastor Juan Marco, presidente da IPTA deu sua versão sobre o caso. Ele afirmou que soube de um caso há cerca de 1 anos, mas que não tinha provas e o obreiro e sua mulher negaram o incidente. Mas, que agora, com com áudios e provas, levaram o caso à delegacia.
“”Há 1 anos ele estava em uma festa com adolescentes e 10 dias depois, chegou para a gente que ele tinha apalpado uma adolescente. A mãe falou o que tinha acontecido e chamamos os envolvidos. Ele e a mulher (que é líder dos adolescentes) negaram, assim como os adolescentes que estavam na festividade. Mesmo assim, ele foi afastado das funções. Depois de 3 meses, ele voltou, já que não havia provas sobre o ocorrido”, contou Juan, que completou:
“Agora, nos chegou essa denúncia, com áudios e provas, ele foi afastado imediatamente e excluído da igreja. Imediatamente, eu levei o material para a esposa dele e fomos à delegacia. No primeiro caso não tinha como provar, nesse segundo sim. Fomos nós que estivemos com a família na delegacia”, disse o líder religioso.

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