26 de setembro de 2024

Onze idosos são agredidos todos os dias no ES; violência contra população LGBT também aumenta

Dados do Anuário de Segurança Pública do Espírito Santo mostram que 4.219 casos de violência contra idosos foram registrados em 2023, um aumento de 14,1% em relação a 2022. Violência contra idosos aumentou 14% em 2023 segundo Anuário de Segurança Pública do Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Onze idosos são vítimas de violência todos os dias no Espírito Santo, segundo dados do Anuário Estadual da Segurança Pública, divulgado nesta quarta-feira (25). Os dados são referentes a 2023 e apontam que a violência contra os idosos aumentou 14,1% em comparação com 2022, com 4.219 casos registrados em 2023 e 3.697, em 2022.
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Na maioria dos casos registrados, não houve vítimas fatais. O documento também apontou que a maioria das vítimas são mulheres, entre 60 e 64 anos e que sofrem agressões dentro de casa. Todos os municípios do estado registraram pelo menos um caso.
O destaque fica por conta da cidade de Vila Velha, na Grande Vitória, que apareceu como o município com maior número de casos.
Violência contra os idosos
Desde 2018, quando os dados começaram a ser computados, os casos de violência contra idosos só vêm aumentando. Em 2018, por exemplo, foram 991 registros. Em 2023, foram 4.219. Ou seja: aumentou 325%, ou quatro vezes mais.
Confira detalhes da violência contra idosos
Em 2023, os municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória concentraram 59,04% (2.491) dos casos de violência contra idosos no Espírito Santo.
A cidade de Vila Velha liderou o ranking como o município com maior número de casos (660) e é responsável por 24,49% do total de casos.
Mulheres entre 60 e 64 anos são as principais vítimas de violência contra idosos no Espírito Santo segundo Anuário de Segurança Pública do estado
Reprodução/TV Gazeta
O lugar em que a violência mais acontece é a própria residência dos idosos. São 2.803 casos, o equivalente a 66,43%. Segundo a Sesp, a residência sempre foi o lugar com maior registro de violência. Via pública e outros locais aparecem em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
” Isso denota que a moradia, ao invés de se configurar como um espaço de proteção, é o local onde mais ocorre casos de violência contra idosos. Tal configuração coloca em evidência o desafio para as políticas públicas de segurança voltadas a este segmento populacional”, destacou o anuário.
Com relação ao tipo de incidente, a maior ocorrência contra a população idosa são os crimes contra a pessoa na categoria de ameaça, com 1.980 casos, o que representa 45,22% dos casos das ocorrências.
Sobre o perfil das vítimas, o anuário relatou que a maioria delas tem entre 60 e 64 anos e 51,69% são mulheres, referentes a 2.181 casos.
Quanto à raça/cor, os dados mostram que a população com maior registro é a branca, que em 2023 registrou 2.048 casos (48,54%), enquanto a população negra somou 2.016 casos, cerca de 47,78% do total.
“Neste caso, a prevalência de ocorrências envolvendo pessoas idosas brancas pode estar relacionada ao maior acesso à informação e, portanto, ao equipamento e serviço que possibilita as denúncias”, apontou o documento.
No estado, há apenas uma unidade da Delegacia Especializada de Proteção à Pessoa Idosa (DEPPI), localizada em Vitória e inaugurada desde setembro de 2010.
Violência contra grupos vulneráveis
Governo do Estado publica Anuário Estadual da Segurança Pública do ES
O anuário também traz dados que mostram que houve um aumento de violência em outros grupos que são considerados vulneráveis.
É o caso da violência contra a população LGBTQIA+, que registrou um aumento de 11,5% em 2023 em comparação com 2022. Foram 6.087 casos contra 5.458.
Quando comparado desde 2018, início do anuário, é registrado um aumento de 322,12%. O anuário retratou que “os registros de ocorrências em geral parecem acompanhar a tendência de crescimento no número de casos de LGBTIfobia em território capixaba, que teve um salto de 766,6% no mesmo período”.
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Já a violência doméstica registrou um aumento de 8%, com 22.135 casos, ou seja, 1.641 registros a mais do que em 2022.
Os municípios do Sul do estado são as que apresentam maior número de casos, com Presidente Kennedy em primeiro lugar, com 2.331 registros, seguido de Marataízes (2.099), Itapemirim (2.096) e Piúma (2.061).
A maioria das vítimas era negras (63%), de faixa etária entre 30 a 59 anos (59%).
Veja os tipos de registro mais registrados em violência doméstica:
“Crimes Diversos”, 52% dos casos;
“Ameaça Contra Mulher”, 21% das ocorrências;
“Descumprimento de Medida Protetiva”, 7%;
“Lesão Corporal leve”, 7%;
“Lesão corporal contra mulher” com 4%;
Todos os outros crimes enquadrados pela Lei Maria da Penha somados representam 8% dos casos.
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