Policiais cumpriram dez mandados de busca nesta terça-feira (20) em cinco casas e cinco empresas em Itapetininga (SP). Um dos empresários investigados foi preso em julho deste ano. Operação que investiga fraude milionária na venda de grãos cumpre mandados de busca e apreensão em Itapetininga
Polícia Civil/Divulgação
A terceira fase da operação que investiga fraude milionária na venda de grãos por grupo de empresários do agronegócio cumpriu mandados de busca e apreensão em Itapetininga (SP), nesta terça-feira (20). Os policiais aprenderam R$ 200 mil reais em dinheiro nos endereços investigados. Também foram apreendidos cheques, documentos, computadores e passaportes.
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Segundo a polícia, desde a primeira fase da operação o número de vítimas aumentou de 25 para 40. um prejuízo que já chegou a 100 milhões de reais. Estas empresas, segundo a polícia, seriam responsáveis pela movimentação e dissimulação de valores vindos da fraude realizada pelos empresários do agronegócio.
A ação resultou no cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão domiciliar em cinco residências e cinco empresas. Durante as inspeções, foram apreendidos dispositivos eletrônicos, passaportes, documentos e quantidades em dinheiro.
Investigação do Gaeco aponta prejuízo de R$ 100 milhões em desvios em Itapetininga
O promotor do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Claudio Bonadia, explicou que o trabalho é realizado em conjunto com a Polícia Civil. “Foi corrido essa mesma investigação, foram ouvidas diversas pessoas. Estamos colhendo todos esses elementos pra chegar numa conclusão e ver se outras medidas serão solicitadas do Judiciário”.
Após investigações de delitos de uma organização criminosa como lavagem de dinheiro, entre outros crimes contra a ordem econômica, a polícia localizou um núcleo financeiro do grupo de empresários, que consiste em quatro empresas ligadas à securitização e ao comércio de cereais.
O delegado assistente da Seccional de Itapetininga, Franco Augusto Costa Ferreira, disse que o valor do prejuízo causado deve aumentar. “Nós sabemos que existe inclusive instituições financeiras lesadas, não só pessoas físicas. A medida que as investigações avançam as vítimas vão surgido e os valores vão aumentando”.
Prejuízo causado pelo grupo criminoso pode chegar a meio bilhão de reais em Itapetininga (SP)
Polícia Civil/Divulgação
As diligências contaram com a participação de 56 policiais civis da Seccional e Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga, da Seccional de Itapeva, Seccional de Avaré, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e Grupo de Operações Especiais (GOE) de Sorocaba e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público (MP).
Empresário preso em julho
Um empresário foi preso no dia 12 de julho por suspeita de participar de um esquema de fraudes em venda de grãos na cidade. Ele é um dos três homens que, em dezembro de 2023, foram alvos de uma operação da Polícia Civil que apreendeu fuzil e armas de uso restrito.
Polícia apreendeu duas armas na casa do suspeito, em julho deste ano
Polícia Civil/Arquivo
De acordo com a Polícia Civil, o empresário estaria tentando obstruir o inquérito, procurando as vítimas com a promessa de pagar o que devia para que elas alterassem os depoimentos. Na casa dele, a polícia encontrou duas armas.
Prejuízo milionário
Segundo a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), o grupo é suspeito de causar prejuízo de quase R$ 500 milhões com a apropriação de toneladas de grãos de produtores da região e favorecimento de credores após recuperação judicial, prática considerada crime pelo artigo 173 da Lei de Falências.
Armas foram apreendidas em 2023, em endereços ligados a empresários do agronegócio em Itapetininga (SP)
DIG/Arquivo
Conforme apurado pela TV TEM, as investigações começaram ainda em 2023, após denúncias de cooperativas, empresas e produtores alegando prejuízos do grupo, que estaria comprando grãos acima do normal. Esses grãos eram repassados para terceiros por preços bem abaixo do mercado.
O grupo investigado comprava em grande volume. A polícia suspeita que seja um esquema de pirâmide. Essa é a segunda etapa da investigação e todo o inquérito segue sob sigilo.
A polícia pede para que outras possíveis vítimas denunciem o caso às autoridades.
Além de armas, foram apreendidos cheques, dinheiro e acessórios de luxo em endereços de empresários em Itapetininga
DIG/Arquivo
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