20 de setembro de 2024

Operação destrói pista clandestina usada por garimpeiros dentro da Terra Indígena Yanomami

Atuando desde fevereiro deste ano, esta é a primeira pista ilegal dentro do território destruída pela Casa de Governo. Outras 44 pistas ao redor da TI já foram destruídas durante a atuação do órgão. Pista estava localizada na região de Surucucu, na área conhecida como garimpo do Rangel
Bruno Mancinelle/Casa de Governo
Em uma ação coordenada pela Casa de Governo, as Forças Armadas destruíram uma pista de pouso clandestina dentro da Terra Indígena Yanomami. A pista, utilizada por garimpeiros, estava localizada na região de Surucucu, em uma área conhecida como garimpo do Rangel. A ação foi divulgada nesta sexta-feira (20).
Atuando desde fevereiro deste ano, esta é a primeira pista ilegal dentro do território destruída pela Casa de Governo. Outras 44 pistas ao redor da TI já foram destruídas durante a atuação do órgão.
Utilizada para abastecer o garimpo ilegal, a pista de pouso foi destruída na última quarta-feira (18). Em julho do ano passado, as Forças Armadas destruíram uma pista de pouso na mesma região, uma das principais vias usadas pelos invasores para acessar o território.
Com a demolição da infraestrutura, o governo busca interromper as principais rotas de abastecimento dos garimpeiros, dificultando o acesso a áreas remotas onde ocorrem atividades ilícitas.
“A destruição de pistas causa um impacto significativo na logística do garimpo”, afirmou o diretor da Casa de Governo, Nilton Tubino. Ele ressaltou que, sem essas rotas de acesso aéreo, os garimpeiros enfrentarão muito mais dificuldade para continuar suas atividades, o que pode desmotivá-los a permanecer na área indígena.
Pista foi destruída com explosivos
Bruno Mancinelle/Casa de Governo
O mapeamento das rotas clandestinas é realizado por meio de sobrevoos de reconhecimento, imagens de satélite e tecnologia avançada fornecida Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM). O radar SABER M60, desenvolvido pelo Exército, também ajudou na identificação da localização dessa via de acesso ilegal.
Com base na análise das imagens e na coleta de dados de inteligência das Forças Armadas, as informações foram enviadas à Casa de Governo, que coordenou a operação em conjunto com os militares.
Monitoramento de outras pistas de pouso
O governo federal monitora outras pistas clandestinas e a expectativa é de que novas operações sejam realizadas em breve, como parte do plano de desintrusão da Terra Yanomami. O monitoramento contínuo, apoiado por tecnologias avançadas, é um dos pilares para o sucesso dessa estratégia.
Entre março e setembro de 2024, o governo intensificou suas operações, causando prejuízos estimados em R$ 209 milhões aos garimpeiros.
Nesse período, foram realizadas 1.812 operações, que resultaram na destruição de 20 aeronaves, 96 antenas Starlink, 45 pistas de pouso, 11 quadriciclos, 761 motores, 86.560 toneladas de cassiterita, 239 geradores, 298 acampamentos clandestinos e 93.854 litros de óleo diesel.
Terra Yanomami
Com 9,6 milhões de hectares, a Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil em extensão territorial e enfrenta uma crise de saúde devido ao avanço do garimpo ilegal, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa.
A Terra Yanomami está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal começou a criar ações para atender os indígenas, como o envio de profissionais de saúde e cestas básicas. Além de enviar forças de segurança a região para frear a atuação de garimpeiros.
Apesar das atividades de combate ao garimpo na região deflagradas em fevereiro de 2023, os invasores continuam em atividade. O Ministério dos Povos Indígenas estimou em março deste ano que 7 mil garimpeiros permanecem na região.
Garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami sofreu uma redução entre março e agosto.
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