Operação investiga situações em que foi dificultado o acesso dos moradores à ligação de água, com problemas artificialmente criados, além da cobrança de propina. Vereador Pablo Pereira (UB) também é investigado e foi afastado do cargo.
Reprodução
A Polícia Civil cumpriu 123 mandados contra uma organização criminosa investigada por fraude e corrupção, instalada na diretoria do Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG), nesta sexta-feira (20). Segundo a polícia, um dos alvos é o vereador Pablo Pereira (UB), que foi afastado do cargo.
A defesa do vereador informou que ainda não teve acesso ao processo. Já a Câmara de Vereadores disse que uma busca e apreensão foi realizada no gabinete parlamentar, mas que ainda não foi notificada.
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A polícia informou que a operação identificou diversas situações em que foi dificultado o acesso dos moradores à ligação de água, com problemas artificialmente criados, além da cobrança de propina.
Ainda de acordo com as investigações, os crimes eram de conhecimento do chefe do setor, que é apontado como um dos líderes da organização criminosa.
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Estão sendo afastados das funções 15 servidores da diretoria comercial do DAE, um servidor da Câmara de Vereadores do município e um funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços na Diretoria Comercial do DAE. Também foi determinado o sequestro de seis imóveis e 26 veículos, além do bloqueio de valores das contas dos 22 investigados.
DAE em Várzea Grande (MT)
DAE-VG
Corrupção política
As investigações também revelaram o aparelhamento da Diretoria Comercial do DAE para exploração política pelo vereador, demonstrando a atuação ordenada de diversos servidores em favor da campanha à reeleição, com uso da estrutura pública da instituição.
O vereador é indicado como líder da organização criminosa, e tinha como principal função exercer pressão política com a finalidade de fazer valer os objetivos do grupo.
Cobrança indevida
Conforme a polícia, a investigação identificou a cobrança de valores para a execução de serviços que deveriam serem feitos pelo DAE aos consumidores, e prejuízos para a autarquia em razão da exclusão ilegal de débitos e também e diminuição indevida de valores de faturas, tudo mediante recebimento de dinheiro por servidores.
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Em relação apenas às duas últimas espécies de fraudes, a estimativa é que, desde 2019, o poder publico tenha sofrido um prejuízo de aproximadamente R$ 11,3 milhões.
Medidas cautelares
Também foram determinadas cinco medidas cautelares contra 11 investigados — sendo sete servidores da Diretoria Comercial do DAE e um ex-servidor do mesmo setor. As medidas são:
Proibição de manterem contato entre si e com os demais investigados
Proibição de acessar os prédios e dependências do DAE
Proibição de manterem contato e se aproximarem das testemunhas
A Justiça também proibiu tanto o Poder Executivo de Várzea Grande quanto o Poder Legislativo do município de nomear ou contratar qualquer um dos investigados para exercer cargos na administração municipal.