14 de novembro de 2024

Operação prende ex-servidor do Detran e despachantes suspeitos de fraudes em documentos de veículos em Goiânia e Anápolis


Segundo o delegado, o grupo fazia uma manobra com uso de selos cartórios em cópias autenticadas. Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e de busca e apreensão. Servidores do Detran são investigados por falsificação de documentos
Um ex-servidor público e três despachantes foram presos suspeitos de fraudes em documentos de transferências de veículos, nesta quinta-feira (14). Segundo a Polícia Civil de Goiás (PC-GO), o ex-servidor trabalhou no Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) prestando serviços em unidades do Vapt Vupt em Goiânia. Ele e dois despachantes foram detidos na capital enquanto o quarto suposto envolvido foi preso em Anápolis, a 55 km de Goiânia.
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O titular da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA), delegado Alexandre Netto, em entrevista à TV Anhanguera, explicou como agiam a suposta associação criminosa na capital e em Anápolis.
“Eles autenticavam cópias, retiravam os selos cartorários, colocavam os selos novamente no documento oficial e esse documento era submetido ao Detran para que fosse feita a transferência do veículo,” disse Alexandre Netto.
O g1 não conseguiu contato com a defesa dos suspeitos até a última atualização desta reportagem.
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O Detran-GO, por meio de nota, informou que tem comunicado “práticas criminosas realizadas por servidores ou permissionários credenciados” à polícia. “Dezenas de outras denúncias já foram encaminhadas e devem resultar em novas operações policiais”, antecipou o órgão (veja nota na íntegra ao final do texto).
De acordo com o delegado, a polícia chegou ao grupo após suspeitas levantadas a partir de 2021. Alexandre Netto lembra que no período algumas pessoas foram indiciadas por uso de documentos falsos.
“O que conseguimos apurar é que grande parte das pessoas que faziam usos desses documentos procuravam esses despachantes, justamente, porque elas buscavam essas falsificações”, destaca o delegado.
Alexandre Netto acrescenta que os próximos passos da operação será apurar “outros documentos que foram utilizados e outras pessoas que fizeram uso destes documentos falsos”. “Na realidade, esses selos que nos documentos constavam como de reconhecimento de firma, eram selos de autenticação de cópias”, pontuou.
Por enquanto, conforme o delegado, a polícia não soube estimar qual foi o valor do prejuízo causado pelo grupo aos cofres públicos.
Arma apreendida
Durante os cumprimentos dos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão, Alexandre ressalta que foi encontrado com um dos suspeitos algumas armas de fogo, mas apenas uma delas foi apreendida. “Com um despachante foi apreendido um revólver de posse ilegal”, salientou o delegado, ao g1.
O delegado lista que os suspeitos são investigados por:
Associação criminosa
Falsificação de documentos públicos
Uso de documentos públicos falsos
Corrupção ativa
Corrupção passiva
Posse ilegal de arma de uso restrito (no caso de um dos despachantes)
O g1 entrou em contato com o Sindego Sindicato Despachantes Autônomos e Similares do Estado de Goiás (Sindego), por volta das 11h, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Nota na íntegra do Detran-GO
O Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) tem exercido papel ativo na denúncia de práticas criminosas realizadas por servidores ou permissionários credenciados. A comunicação dos fatos foi feita à Polícia Civil para que pudesse efetuar as prisões e as buscas e apreensões. Dezenas de outras denúncias já foram encaminhadas e devem resultar em novas operações policiais.
O Detran-GO tem sido intolerante com desvios de condutas. Na atual gestão o órgão afastou mais de 100 servidores comissionados e até efetivos envolvidos em atos de corrupção. Nesse período, foram encaminhados vários casos de condutas suspeitas praticadas por servidores e credenciados.
O Detran-GO reforça seu compromisso com o combate da corrupção, a transparência e a valorização dos recursos públicos.
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Divulgação/PCGO
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