8 de janeiro de 2025

Orca ‘em luto’ é vista carregando filhote morto nos EUA


Em 2018, mesma baleia havia perdido o filhote e ficou carregando o corpo por 17 dias. Com mortes, pesquisadores estão preocupados com espécie, que já é considerada em risco de extinção. Orca é vista segurando filhote morto há dias nos Estados Unidos
Divulgação/NOAA
Tahlequah, a mãe orca que ficou conhecida em 2018 por carregar seu filhote morto por 17 dias, está de luto novamente. Segundo pesquisadores, outro filhote morreu nos últimos dias, e ela está segurando a cria pela barbatana para evitar que seja levada pelas águas.
A baleia vive em Puget Sound, uma enseada do Oceano Pacífico localizada nos Estados Unidos. Na última semana, pesquisadores da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), que monitoram a orca, observaram que ela estava há dias agarrada à cria, que havia nascido recentemente, mas não sobreviveu.
Esta é a segunda perda de Tahlequah desde 2018, quando seu caso comoveu o mundo. Naquela ocasião, ela carregou o corpo do filhote por 17 dias, chamando a atenção para os desafios enfrentados pela espécie.
Orca carrega seu filhote morto em imagem feita no dia 24 de julho. No dia 8 de agosto ela foi vista novamente, ainda carregando o filhote morto.
Michael Weiss/Center for Whale Research via AP
Os pesquisadores não sabem dizer há quanto tempo exatamente ela está segurando o filhote. No entanto, destacam que ela não está se alimentando e parece concentrada apenas em carregar o corpo e evitar que ele afunde. Outras baleias fêmeas foram vistas próximas a ela, oferecendo alimento.
A morte do filhote e o luto de Tahlequah preocupam os cientistas, pois a espécie está à beira da extinção. De acordo com o governo dos Estados Unidos, o número de orcas residentes no sul diminuiu ao longo dos anos, restando agora cerca de 70 no grupo.
Essas baleias enfrentam diversos desafios, incluindo a escassez de presas de alta qualidade, como o salmão, além de poluição sonora causada por navios e barcos, e a presença de poluentes tóxicos na cadeia alimentar. Esses fatores têm sido extremamente prejudiciais à espécie. Apesar disso, os pesquisadores ainda não sabem exatamente o que causou a morte do filhote.
Joe Gaydos, diretor científico da Universidade da Califórnia, explica que estudos recentes mostram que os neurotransmissores e hormônios no cérebro das orcas são semelhantes aos dos humanos, indicando que elas vivenciam uma versão de luto comparável à nossa.
“Temos os mesmos hormônios que elas têm. Por que não deveríamos ter também as emoções que elas possuem? Não temos o monopólio das emoções. Então, é justo dizer que ela está sofrendo ou de luto”, afirmou Gaydos.

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