20 de outubro de 2024

Pacientes renais protestam em frente à Fundhacre e trânsito fica congestionado na BR-364

Trecho da BR-364 que dá acesso à Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) foi fechado na manhã desta quinta-feira (17). Sesacre diz que pacientes estão sendo atendidos em clínicas em parceria com o hospital. Pacientes renais fazem manifestação em frente à Fundhacre nesta quinta-feira (17) na BR-364
Jardel Angelim/Rede Amazônica
Pacientes renais se reuniram na manhã desta quinta-feira (17), em frente à Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), e fecharam um trecho da BR-364, em Rio Branco, para protestar contra a desativação do setor de nefrologia. A manifestação causou engarrafamentos no início da manhã no trecho que dá acesso ao hospital e ao bairro Pedro Roseno.
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O setor da unidade antes funcionava em três turnos. Depois ficou somente em um e agora, foi suspenso. A nefrologia é a especialidade médica que trata de doenças do sistema urinário, principalmente as relacionadas aos rins.
O espaço onde ficava o serviço de nefrologia estava há mais de 10 anos sem reformas, foi revitalizado e entregue no final de dezembro do ano passado. Foram investidos mais de R$ 1,3 milhão. Com o prédio novo, os pacientes não concordam em ter que mudar para as clínicas.
“Eles tiraram nós sem mais nem menos e nos jogaram como joga um lixo no vaso, sem dizer quando a gente voltava. Como é que o governo quer acabar o único hospital do rim aqui? Ele tem que criar é mais e não acabar. Não vamos abrir mão desse hospital, nem que a gente vá para frente da casa do governador, do palácio, da avenida, mas a gente quer nosso hospital funcionando”, declarou o pensionista Rubens Andrade.
Carros precisaram fazer o retorno na BR-364 por conta do protesto dos pacientes renais da Fundhacre
Jardel Angelim/Rede Amazônica
Transtornos no trânsito
Por conta da manifestação, motoristas tiveram que fazer o retorno pela contramão, causando congestionamento no trecho que dá acesso à BR-364, nas proximidades da Fundhacre. O caminhoneiro Antônio Omar Ribeiro, ficou por mais 40 minutos com o caminhão parado e não conseguiu fazer o retorno.
“Agora é aguardar a decisão do povo […] já foi [meu dia de trabalho], não só eu como os outros companheiros. Olha o monte de carreta, tudo parado aí, estão parados por causa disso [manifestação]. Por causa de um, a gente está pagando, né? Daí o pessoal está reivindicando”, falou.
Antônio Omar Ribeiro é caminhoneiro e diz que ficou mais de 40 minutos parado por conta do congestionamento ocasionado pelo protesto na BR-364 em Rio Branco
Jardel Angelim/Rede Amazônica
O que diz a Sesacre
Após a manifestação, o secretário de Saúde Pedro Pascoal falou à Rede Amazônica que houve o desabastecimento da solução, um dos principais produtos que fazem a sessão de hemodiálise. Disse ainda que haverá o fortalecimento do setor privado para que o serviço continue sendo fornecido em conjunto com essas clínicas a esses pacientes.
“A empresa protocolou um ofício pedindo um reequilíbrio, aumento do valor para a entrega dessa solução. Nós não estamos de acordo com o aumento do valor e, de qualquer forma, todos os pacientes que estavam sendo atendidos, eles continuaram sendo assistidos pelas clínicas privadas. Foi feito um estudo econômico mostrando os valores da sessão que é ofertada pelo estado e a sessão que é ofertada pelas clínicas, nós temos uma vantajosidade significativa e que nós temos a intenção de fortalecer ainda mais esse setor”, disse.
Questionado se o setor foi desativado, Pascoal negou e disse que os atendimentos seguem nestas clínicas privadas desde a última semana. “Os pacientes internados, tanto em enfermaria quanto nas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva), permanecem realizando sessões de hemodiálise. O que nós não temos nesse momento é a solução para atendê-los”, complementou.
Sobre a alegação dos pacientes de que os espaços de hemodiálise estão lotados por conta da alta demanda, o gestor disse que na última terça-feira (15), foi feita uma reunião com os familiares, pacientes e donos das clínicas para que os espaços sejam adaptados.
Pacientes denunciam desativação do setor de nefrologia da Fundação Hospitalar
“Eles se comprometeram a fazer a adequação do espaço para justamente dar essa vazão e os pacientes não ficarem aguardando. E foi priorizada a questão da idade dos pacientes. Os pacientes mais idosos seriam atendidos no período da manhã e assim sucessivamente”, destacou.
As clínicas já atendem em média 300 pacientes e a ideia do estado é efetivar esse tipo de atendimento, para utilizar a estrutura do serviço de nefrologia para aumentar os leitos de UTI na unidade. 17 leitos que estão no Into devem ser remanejados para a Fundhacre e mais três novos devem ser criados no local, totalizando 20 leitos.
Função dos rins
Os rins têm diversas funções, não se limitando apenas à eliminação de líquidos do organismo, fator mais conhecido. A urina não é composta somente de água, mas também de uma série de substâncias que precisam ser excretadas do organismo junto com a água. Esses órgãos, portanto, cumprem as seguintes funções:
limpar as impurezas e as toxinas do nosso corpo;
controlar a pressão arterial;
manter a saúde dos ossos;
controlar a formação das células vermelhas do sangue; e
contribuir com o equilíbrio do pH sanguíneo.
Os rins, normalmente, estão presentes em dupla em nosso organismo. Porém, se um deles não funcionar adequadamente ou se houver a presença de apenas um rim em bom estado de funcionamento, é possível ter uma vida saudável. Quando as doenças renais são diagnosticadas em um ou em ambos os rins de forma precoce, sua progressão pode ser controlada ou retardada, na maior parte dos casos.
*Colaborou o repórter Jardel Angelim, da Rede Amazônica Acre.
VÍDEOS: g1

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