Justiça também manteve uma medida protetiva ao garoto, de seis anos, proibindo que a mãe tenha qualquer aproximação dele e das irmãs. Caso aconteceu em São Vicente, no litoral de São Paulo. Criança foi brutalmente agredida pela mãe e pelo padrasto em São Vicente (SP)
O pai do menino de quatro anos, que foi brutalmente agredido pela mãe e pelo padrasto (veja o vídeo acima) em São Vicente, no litoral de São Paulo, conseguiu a guarda definitiva do filho. A decisão da Justiça, obtida pelo g1 nesta quinta-feira (26), também manteve a medida protetiva, que proíbe a mãe do menino — presa desde o crime, em 2022 — de ter qualquer tipo de aproximação do garoto, que atualmente está com seis anos de idade.
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Segundo a sentença da 1ª Vara da Família e Sucessões de São Vicente, a mesma decisão é válida para as outras duas filhas de Renato Santos Brasil. Os três filhos são fruto do relacionamento dele com a ex-mulher. Assim como o menino, as garotas de 8 e 11 anos também foram agredidas, estão morando com o pai e têm medidas protetivas contra a mãe.
A agressão do menino ocorreu em setembro de 2022. Em um vídeo, a mãe justificou que bateu no filho por ele estar fazendo “muita bagunça” dentro de casa (veja o vídeo acima). O menino foi reanimado no hospital, fraturou oito costelas e um braço. Após o caso, a mulher foi presa e o padrasto encontrado morto com marcas de tiros pelo corpo.
Conforme apurado pelo g1, o pai do menino cuidava dele e das outras duas filhas, mas perdeu a atual esposa para o câncer. Portanto, a mãe das crianças disse que ficaria com os menores para ajudá-lo a passar por esse momento. Antes disso, não havia guarda definida judicialmente.
Pai consegue guarda de menino que teve costelas fraturadas após ser espancado pela mãe e padrasto
Arquivo pessoal
Depois das agressões, as três crianças foram entregues ao pai, que conseguiu uma guarda unilateral provisória em outubro daquele ano. Em seguida, Renato entrou com um pedido de guarda unilateral definitiva, que foi concedido na última terça-feira (24)
O advogado Lucas Rodrigues informou à equipe de reportagem que o caso do menino ganhou grande repercussão por conta da brutalidade. Durante o processo judicial, ele disse que buscou, junto à família, manter a segurança das crianças com o afastamento da mãe.
“Ficamos imensamente satisfeitos e contentes com o desfecho desse processo judicial, sabendo que agora as crianças […] poderão seguir suas vidas ao lado de seu pai”, contou o advogado.
O g1 tentou contato, mas não localizou a defesa da mulher, que está presa.
Relembre o caso
Menino tinha 4 anos quando foi agredido pela mãe e pelo padrasto em São Vicente, SP
Arquivo Pessoal
Segundo apurado pelo g1, o pai do menino cuidava dele e dos outros dois filhos, mas perdeu a esposa para o câncer. Por conta disso, a ex-mulher dele e mãe do menino disse que ficaria com as crianças para ajudá-lo a passar por esse momento.
No dia 28 de setembro de 2022, o menino teria sido agredido pela mãe e pelo companheiro dela. Após o episódio, o padrasto levou a criança para a casa dos pais dele, que encaminharam o menino para o hospital.
“A mãe do padrasto falou que o filho dela tinha aparecido na casa da família com o menino enrolado em um lençol, e disse que ele [o menino] estava muito mal”, explicou a conselheira tutelar Valdelice Alves, em entrevista ao g1, à época dos fatos.
A conselheira disse ainda que o menino foi reanimado no hospital e contou o que aconteceu para as enfermeiras. “Ele contou que a mãe bateu nele e depois colocou ele no banho gelado. O menino chegou no hospital com hipotermia, por isso foi preciso essa reanimação”, explicou Valdelice.
O vídeo feito pela mãe do menino mostra ela falando com ele após as agressões. Ele está sem roupas, encostado na parede e machucado. A mulher diz: “Tá rangindo tu? Tu tá rangindo e tá virando a cabeça? Dentro da minha casa você não vai fazer bagunça. Você não vai fazer bagunça” (veja o vídeo no início da reportagem).
Ainda na ocasião, a conselheira tutelar disse que, diante da reação positiva da criança ao ver o pai no hospital, foi tomada a decisão de deixar o menino com ele.
Mãe nega agressão
Mulher suspeita de agredir o filho foi presa no litoral de São Paulo
Reprodução/TV Tribuna
A mulher suspeita de agredir brutalmente e fraturar oito costelas do próprio filho foi presa em 5 de outubro daquele ano, em Itanhaém. Segundo boletim de ocorrência, a mulher teria dito que “já sabia que era procurada” e, na sequência, se entregou voluntariamente.
Imagens captadas pela TV Tribuna, afiliada da Globo, mostraram ela sendo conduzida ao 2º DP de São Vicente, enquanto era atacada verbalmente por moradores da região. Na época, o g1 tentou contato com a defesa da mulher, mas não a localizou.
Ela passou por audiência de custódia, em 6 de outubro daquele ano, no Fórum de Santos. Em rápida conversa com a imprensa, ela negou a acusação e disse que tentou defender o filho das agressões do padrasto.
“Não fui eu. Eu tentei defender ele. Peço perdão ao meu filho por deixar ele ter se envolvido com uma pessoa que era totalmente envolvida com drogas. Quero pedir perdão a ele por não ter feito diferente”, disse ela aos jornalistas que estavam de plantão no local.
Padrasto
O padrasto do menino, que também estaria envolvido nas agressões, foi encontrado morto e com marcas de tiros pelo corpo em 5 de outubro de 2022. A suspeita da polícia é que ele tenha sido morto por pessoas que decidiram se vingar por conta das agressões.
Padrasto que espancou e quebrou costelas de menino junto com a mãe é encontrado morto em São Vicente, SP
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