18 de novembro de 2024

Pai de Lauren Leal, zagueira da Seleção, homenageia a filha com tatuagem após prata em Paris: ‘Gravado em corpo e alma’

Pai da medalhista olímpica, que é de Votorantim (SP) e levou o nome da cidade para o mundo, é o ‘fã número 1’ da filha. Ainda na adolescência, ele lembra que viajava 200 quilômetros por dia para levá-la ao treinamento na capital paulista. Pai de Lauren Leal, zagueira da Seleção, homenageia a filha com tatuagem após prata em Paris: ‘Gravado em corpo e alma’
Reprodução/Instagam e Gabriela Almeida/g1
Se não fosse a minha família, se não fosse o meu pai, eu não estaria aqui hoje. Eles sonharam e sonham junto comigo durante todo esse processo, então eles foram fundamentais para eu estar aqui hoje e para eu estar vivendo tudo o que eu estou vivendo
A frase é da zagueira da seleção brasileira Lauren Leal, medalhista de prata nas Olimpíadas de Paris, após mostrar a homenagem mais recente – e eterna – feita pelo pai, Erymar Costa, o Lekão, na quinta-feira (15): o nome da filha acima dos arcos olímpicos e abaixo da Torre Eiffel, cartão postal da capital da França.
“Gravado em corpo e alma. O orgulho e honra em ser pai da medalhista olímpica Lauren Leal. O sonho se tornou realidade!”, compartilhou Lekão pelas redes sociais.
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O pai da medalhista olímpica, que é de Votorantim (SP) e levou o nome da cidade para o mundo, é o “fã número 1” da filha.
Quando a atleta ainda tinha 11 anos, passou na peneira do Centro Olímpico, time de base no futebol feminino na capital. Durante esta época, ela e Lekão subiam em uma motocicleta e viajavam, diariamente, 200 quilômetros entre a casa onde moravam e a capital paulista para que ela pudesse treinar. O trajeto Votorantim-São Paulo durou anos, e o apoio do pai, da mãe e da irmã serviam como combustível para ela não desistir de seus sonhos.
“Foi uma rotina muito cansativa por três, quatro anos. Eu ia para escola de manhã, meu pai ia me buscar na escola correndo, almoçava em casa muito rápido e a gente já ia para São Paulo para conseguir chegar a tempo do treino, treinava… às vezes eu treinava em duas categorias no mesmo dia e acabava o treino, a gente voltava, chegava em casa e meu pai ia trabalhar ainda, porque ele tinha que trabalhar. Então eu chegava, descansava e ele ainda ia trabalhar e no outro dia a mesma rotina, então foi muito esforço dele, da minha família e meu também”, relembra.
Expectativa que virou realidade
Lauren Leal, zagueira da Seleção, conquistou medalha de prata nas Olimpíadas de Paris
Rafael Ribeiro/CBF
Com apenas 21 anos, Lauren coleciona convocações para a Seleção e já disputou uma Copa do Mundo sub-20, onde foi medalhista de bronze, uma Copa do Mundo de 2023, disputada na Austrália e Nova Zelândia, e agora, os Jogos Olímpicos de Paris, onde foi medalhista de prata.
Na adolescência, ela via o futebol profissional como um sonho ainda não realizado. Durante um treino da seleção feminina em Itu (SP), pegou as chuteiras e viajou até a cidade para acompanhar de perto as jogadoras que, para ela, eram referência em sua vida.
Lauren Leal, com 13 anos de idade, ao lado de Marta
Arquivo pessoal
Ali, conseguiu autógrafos de várias atletas, entre elas Marta, a Rainha do futebol. Anos depois, as duas passaram a ser colegas de Seleção e disputaram os dois principais eventos esportivos: os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo.
“A Marta é uma referência mundial dentro do esporte feminino e, claro, dentro do futebol feminino […] Ela é uma referência, é uma pessoa espetacular dentro e fora do campo. Então essa relação de estar junto na última Olimpíada também foi muito legal. É claro que a gente queria o ouro e queria dar o ouro para ela, para ela encerrar da melhor maneira possível, mas também ficamos felizes de ela encerrar com uma medalha”, afirma.
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Durante a primeira fase dos Jogos Olímpicos, a seleção brasileira viveu altos e baixos: estreou com vitória sobre a Nigéria, e foi derrotada pelo Japão e pela Espanha, terminando na terceira colocação do Grupo C.
Para se classificar, a equipe precisava de uma vitória de Alemanha e Estados Unidos para garantir uma das melhores campanhas das terceiras colocadas. E conseguiu. No entanto, mesmo com a classificação, a Seleção sofreu críticas nas redes sociais e virou alvo de memes, como o que dizia que tratava-se de uma “classificação culposa, quando não á a intenção de se classificar”.
O TN1 recebe a medalhista olímpica Lauren Leal
Lauren afirma que, durante todo o momento, a equipe tentou se blindar do que acontecia do lado externo, mas que algumas informações, como a do meme, acabaram chegando até elas.
“A gente não gostou muito desse comentário. A gente está dando o nosso melhor, e uma pessoa falar isso dessa forma […] no final a gente conseguiu se classificar, e ainda bem que essa oscilação foi na fase de grupos, porque quando começou o mata-mata o time se fechou e se uniu cada vez mais e conseguiu fazer grandes jogos”, diz.
Após a primeira fase, a seleção brasileira venceu a França por 1×0 nas quartas de final, eliminou a Espanha, atual campeã mundial, por 4×2, e foi vice-campeã olímpica ao perder para os Estados Unidos por 1×0 na final.
“O jogo da Espanha é um jogo memorável para quem assistiu e para quem jogou também. Dentro do campo foi um jogo que todo mundo deu o máximo e foi um jogo muito bom de jogar, foi muito legal toda a história do jogo, como aconteceu, e passar por uma final olímpica daquela maneira foi muito bom”, relembra Lauren.
Vida pós-medalha
Medalha de prata da zagueira da seleção brasileira, Lauren Leal
Diogo Del Cistia/g1
Após a competição, Lauren teve uma agenda cheia e passou pela região de Sorocaba ainda na sexta-feira (16), antes de retornar para a rotina. Ao chegar na cidade onde cresceu, se surpreendeu com o carinho recebido pela população.
“Fico muito feliz com o carinho do pessoal da região, ontem também estive à tarde recebendo um pouco o pessoal, as crianças e também fiquei muito feliz com o carinho da região, porque acho que a galera se sente um pouco representado de ter uma pessoa aqui da região, então fico muito feliz com todo o carinho e torcida”, relata.
Olhando para a medalha no pescoço e após ler diversas homenagens de moradores da região, ela afirma: a ficha ainda não caiu. “Aos poucos tá caindo, agora que as coisas estão baixando um pouquinho, estou com a minha família, estou tendo um pouco mais de dimensão do que significa ter uma medalha. É pesada, dói o pescoço [risos].”
“Se falassem a quatro anos atrás que iam acontecer tantas coisas como aconteceram eu não acreditaria, porque a minha vida mudou muito rápido em tão pouco tempo… muito feliz de estar nessa Olimpíada e de estar em campo, estar jogando, estar em uma final olímpica com estádio lotado, um estádio muito bonito, que representa muito para o futebol também, e ter minha família também lá. Eles sempre me apoiam, sempre estão presentes, mas dificilmente estão todos juntos, é sempre ou minha mãe, ou meu pai, ou minha irmã, mas dessa vez foi a primeira vez que todos estava juntos lá me apoiando, na torcida. Foi muito legal e especial”, finaliza.
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