4 de janeiro de 2025

Pais de jovem que morreu atropelada em saída de festa pedem quase R$ 1 milhão de indenização a motorista

Caso ocorreu em janeiro de 2023, em estrada entre Cedral e Rio Preto (SP); Estefany Ferreira Medina morreu no local. Suspeito foi encontrado dormindo em casa horas depois do atropelamento. Carro usado pelo suspeito de cometer o crime à esquerda; vítima que morreu atropelada à direita
Arquivo pessoal
Os pais da jovem de 20 anos que morreu atropelada ao sair de uma festa com os amigos ingressaram com uma ação de danos morais pedindo uma indenização de quase R$ 1 milhão ao motorista que causou o acidente e ao pai dele, dono do veículo.
Estefany Ferreira Medina foi atingida pelo carro em uma estrada que dá acesso a um conjunto de chácaras, entre São José do Rio Preto (SP) e Cedral (SP), após sair de uma festa, na manhã de 29 de janeiro. O suspeito foi encontrado dormindo em casa horas depois do atropelamento.
João Pedro Silva Alves fugiu sem prestar socorro, mas foi encontrado, levado à delegacia e teve a prisão preventiva decretada
Arquivo pessoal
Ao g1, o advogado de defesa dos pais, Lucas Furlan Michelon Pópoli, informou que pede R$ 988.400, valor que corresponde a 700 salários mínimos, pela comoção e dor que o ocorrido causaram na família, além de incluir provas do processo criminal em que o suspeito responde por homicídio duplamente qualificado.
O g1 questionou o advogado de defesa de João Pedro Silva Alves, Juan Siqueira, sobre a indenização, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), o estudante de psicologia João Pedro Silva Alves, de 23 anos, ingeriu bebida alcoólica antes de sair da festa, acompanhado dos amigos, com o carro em alta velocidade.
Estefany estava sentada à beira da estrada, fora do local de passagem dos veículos, quando foi atropelada, teve o corpo arrastado, sofreu politraumatismo e morreu no local.
A Justiça de São José do Rio Preto determinou que João Pedro vá a júri popular. A sentença de pronúncia do juiz Luís Guilherme Pião foi publicada no dia 28 de setembro de 2023. Na ocasião, o advogado Juan Siqueira informou que recorreu da decisão.
Entenda o caso
Por ter fugido sem prestar socorro, o estudante foi denunciado por homicídio duplamente qualificado. Segundo o Ministério Público, ele passou a madrugada ingerindo bebida alcoólica e dirigia acompanhado de amigos.
Durante a investigação, testemunhas informaram que João Pedro dirigia de forma perigosa e ziguezagueava rapidamente, a ponto de os passageiros perderem o contato com o banco quando o carro passava por lombadas.
Além da jovem, o motorista também atingiu um amigo de Estefany, que teve ferimentos leves ao se esquivar. O suspeito desceu do carro, viu que atropelou as vítimas e fugiu sem prestar socorro, mas depois foi encontrado e preso.
Troca de mensagens
Motorista preso por matar jovem em Cedral trocou mensagens com amigos após fugir
Após o acidente, João Pedro trocou mensagens com os amigos que estavam no carro. Na conversa obtida pelo g1 é possível ver que João Pedro pede para um amigo fingir que não o conhecia.
João: tá aí?
Testemunha: sim, onde você está?
João: o que houve?
Testemunha: amigo, você atropelou uma menina. Você tem noção?
João: seguinte, vocês não me conhecem.
Prints mostram conversa de João e testemunha
Arquivo Pessoal
Em outro trecho da conversa, o amigo diz que João Pedro deveria ter prestado socorro à vítima, mas é rebatido.
Testemunha: se puder volta lá e prestar socorro amigo, por favor.
João: eu vou ver o que faço, mas não fala que me conhece.
Suspeito pediu diversas vezes para que testemunhas não dissessem que o conhecia
Arquivo Pessoal
Também é possível ver que João Pedro afirma que não pode assumir a responsabilidade pelo acidente, porque tem “carreira para seguir”.
João: eu não posso assumir isso
Testemunha: amigo, você pode, sim, porque foi tu, mas não culpo você.
João: não posso, vê o que aconteceu e finge que vocês são desconhecidos. Estava todo mundo louco.
Testemunha: sim amigo, mas quem estava no controle era tu.
João: eu tenho minha carreira para seguir, minha vida para seguir. Peguem o Uber e vão embora
João disse que ‘precisava seguir a vida’ e não assumiria o crime
Arquivo Pessoal
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