28 de outubro de 2024

‘País sai mais moderado da eleição’, diz Kassab, presidente do partido que mais elegeu prefeitos no país

PSD governará mais de 37 milhões de pessoas. Com a conquista de capitais como Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro e São Luís, o PSD elegeu prefeitos em um total de 891 cidades. Gilberto Kassab
Lícia Menezes
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, vê um país menos estridente espelhado na eleição municipal. O partido dele é o que mais elegeu prefeitos em todo o país e, assim, vai governar mais de 37 milhões de pessoas.
“O país sai mais moderado da eleição”, diz Kassab. Na avaliação dele, vozes mais estridentes, dos polos, foram barradas pela maioria do eleitorado.
Kassab vê o centro, espectro no qual ele inclui a própria sigla e o MDB, por exemplo, que ficou com o segundo maior número de prefeitos eleitos, como força propulsora da eleição. “Vai governar mais de 40 milhões de pessoas”.
A direita, onde ele situa siglas como o PL, de Jair Bolsonaro, “cerca de 32 milhões”.
Kassab, por estilo, evita catastrofismos. Ele vai na contramão dos que veem uma esquerda arrasada. Vê o PT alcançando resultados melhores do que em 2020, quando estava sem governo e ainda abatido pela Lava Jato e o impeachment.

“Direita precisa se reorganizar para 2026”
No campo da direita, o presidente do PP, Ciro Nogueira, também falou ao blog. O PP governará mais de 20 milhões de brasileiros. Ainda assim, Ciro chama atenção do próprio campo.
Em praças importantes, como em João Pessoa (PB), onde O PP elegeu Cícero Lucena, a direita batalhou contra a direita. O adversário de Lucera, Marcelo Queiroga (PL), foi bancado, para desgosto do PP, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
O fenômeno, direita x direita ou direita x extrema direita, se repetiu em outras praças, colocando antigos aliados em lados opostos.
“A centro direita e a direita precisam cicatrizar as feridas e se reforganizar, ou teremos problemas em 2026”, avalia Ciro.
Ciro Nogueira (PP-PI)
Jefferson Rudy/Agência Senado
O personalismo na escolha de candidatos, em detrimento de alianças mais amplas, que contemplassem aliados que deram sustentação ao governo anterior.
O preço, constatado nas urnas, foi a derrota de nomes muito ruidosos atrelados à ala mais estridente do bolsonarismo no Congresso, e o levante de líderes regionais da direita, como o governador Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), publicamente alardeados como opções para a próxima eleição presidencial.

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