28 de dezembro de 2024

Papagaio-de-cara-roxa, vulnerável à extinção, é encontrado enroscado em linha de pipa no litoral de SP

Animal integra a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Animal foi resgatado na última segunda-feira (5).
Divulgação/Polícia Militar Ambiental Marítima
Um papagaio-de-cara-roxa (amazona brasiliensis) foi resgatado após ser encontrado enrolado em uma linha de pipa, na Escola Estadual Professora Dinorah da Silva Santos, em Cananeia, no litoral sul de São Paulo. A ação foi realizada por agentes do 3º Batalhão da Polícia Militar Ambiental Marítima (3º BPAmb).
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Segundo informações da PM Ambiental, a corporação foi acionada, por volta das 7h30 de segunda-feira (5), por moradores que viram o animal preso a uma linha de pipa, no topo de uma árvore, na unidade de ensino, localizada no bairro Acarau. Rapidamente, os policiais compareceram ao local e identificaram a ave como sendo da espécie papagaio-da-cara-roxa.
De acordo com a corporação, embora estivesse sem lesão aparente, o animal estava estressado. Posteriormente, ele foi encaminhado ao Instituto de Pesquisas de Cananeia (Ipec) para avaliação médico veterinária, acompanhamento e soltura.
Ameaçado de extinção 🦜
Espécie está classificada como ‘Vulnerável’ na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Belmira McLeod/VC no TG
Segundo a ornitóloga do Projeto Aves Limícolas e coordenadora do Dia Mundial das Aves Migratórias no Brasil pela Environment for the Americas (Meio Ambiente para as Américas), Karina Ávila, a espécie está classificada como ‘vulnerável’ na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
“A categoria engloba espécies que embora não estejam em risco imediato de extinção, merecem atenção especial quanto à sua conservação.”, ressaltou Karina.
O risco de extinção ocorre devido às consequências dos desmatamentos e captura da espécie para o tráfico de animais silvestres.
Desde 2019, a especialista realiza um censo populacional do papagaio-de-cara-roxa, em Peruíbe. “É uma espécie endêmica da Mata Atlântica. Ele vive em grandes bandos. Mas, na época de reprodução, eles se separam em casais.”, explicou.
Karina contou que a ave ocorre em uma estreita faixa costeira entre Mongaguá e o litoral norte do Paraná. Além disso, ela destacou que, para viver, a espécie precisa de um mosaico de formações florestais como floresta de restinga e de formações inundáveis de caixetais e guanandizais.
O papagaio-de-cara-roxa costuma medir, aproximadamente, 37cm. Ainda de acordo com a ornitóloga, as populações do Vale do Ribeira e da Baixada Santista têm comportamentos distintos.
“Os papagaios de Cananéia, Iguape e Ilha Comprida passam o dia no continente e no final de tarde vão dormir nas ilhas e ilhotes costeiros. Os papagaios de Itanhaém e Peruíbe vivem essencialmente no continente. A vocalização [canto] das duas populações também é bem diferente.”
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