17 de outubro de 2024

Para evitar tragédias, Campinas implanta tomógrafo e prevê mapear árvores com maior risco em até 6 anos

Ampliação das equipes de inventário vai permitir a avaliação de 60 mil árvores por ano na metrópole, diz prefeito. Campinas implanta tomógrafo e prevê mapear árvores com maior risco em até 6 anos
Para reduzir o risco de tragédias, a Prefeitura de Campinas (SP) apresentou na tarde desta quarta-feira (16) o novo plano de gestão da arborização urbana da metrópole. A previsão é mapear em até seis anos as árvores que estão localizadas em áreas que oferecem maior risco à população.
Segundo o secretário municipal de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, o trabalho de inventário é minucioso, feito com rigor técnico e científico e requer a avaliação individual de cada árvore, por isso, é demorado.
“Eu acredito que com cinco ou seis anos nós teremos um mapeamento seguro de até 90% das árvores com maior risco. Não se consegue fazer isso em menos tempo, porque cada árvore tem que ser observada pessoalmente pelo técnico. É como se um médico fizesse o exame de um paciente que tem algum problema ou não tem nenhum problema”.
Rogério Menezes, Ernesto Paulella e Dário Saadi acompanham tomografia em árvore na Prefeitura
João Gabriel Alvarenga/g1
O trabalho de inventário qualitativo das árvores da metrópole vai contar com um tomógrafo, apresentado pela administração nesta quarta, capaz de aferir a saúde da base das árvores. Desta forma, o município pretende avaliar 60 mil unidades por ano. Após a análise, três medidas podem ser tomadas:
Manutenção da árvore do local;
Retirada da árvore do local;
Redução da copa da árvore com poda para reduzir o peso.
Paulella explicou ao g1 que o novo plano de manejo da arborização de Campinas conta, além dos equipamentos de última geração, com reforço nas equipes técnicas. “Isso é inédito no Brasil, não tem uma cidade no Brasil que tenha um contrato de gestão de arborização com todos esses itens”, disse.
O trabalho de tomografia das árvores é coordenado pelo professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
Evitar tragédias
Dário Saadi apresenta projeto de gestão da arborização urbana de Campinas na Prefeitura
João Gabriel Alvarenga/g1
O prefeito Dário Saadi disse, durante coletiva, que o trabalho de ampliação e aperfeiçoamento do manejo das árvores nas áreas urbanas de Campinas, iniciado neste ano, tem como objetivo reduzir o risco de futuras tragédias, como a do Bosque dos Jequitibás e a do Parque Taquaral.
“Agora, com esse avanço da equipe de tomografia, a gente crê que vamos ter menos possibilidades de ter tragédia. Com 700, 800 mil árvores na cidade, uma quantidade muito grande, a gente sempre tem risco, mas a gente está trabalhando muito, como foi essa ampliação imensa das equipes e mais tecnologia com a tomografia”, falou Dário.
Saadi ressaltou que a Prefeitura ampliou o número de equipes técnicas de 7 para 26, ao custo de R$ 27 milhões por ano, e conta também com o apoio de empresas parceiras, como a CPFL.
“O clima mudou. A mudança climática que ia chegar já chegou e nós estamos vivendo. Então, o passo que nós damos agora de implantar a tomografia das árvores é muito importante”.
Plantio de árvores
A Prefeitura afirmou que o plano de arborização também conta com ampliação no plantio de mudas de espécies nativas. Agora, a equipe da Secretaria de Serviços Públicos passa a contar com 60 profissionais que terão capacidade de plantar 2 mil árvores por mês em Campinas.
“Nesses últimos três anos e dez meses nós plantamos 412 mil árvores na cidade, sejam as árvores plantadas pela Secretaria de Serviços Públicos, pela Secretaria do Verde, pela Mata de Santa Genebra, pela Sanasa nas obras de compensação, nas obras de saneamento, pela iniciativa privada”, disse Dário Saadi.
Tragédias em Campinas
A queda de árvores matou duas pessoas em Campinas no intervalo de um mês durante o atual governo. O técnico de eletrônica de 36 anos no Bosque dos Jequitibás no final de 2022, e a menina Isabela Tiburcio Fermino, de 7 anos, no Parque Taquaral, em janeiro de 2023. Desde então, a Prefeitura tem sido cobrada pelo Ministério Público a ampliar o manejo das árvores na metrópole a fim de prevenir futuros acidentes.
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