29 de dezembro de 2024

Pará registra maior número de queimadas em 48 horas; satélites detectam focos próximos a Belém

Por causa do problema, a capital paraense amanheceu coberta por fumaça. Fumaça de queimadas e incêndios cobre Região Metropolitana de Belém, nesta terça-feira (3)
Nas primeiras 48 horas de setembro de 2024, o Pará foi o estado que apresentou o maior número de queimadas no Brasil, tendo registrado 2800 focos ativos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este índice é quase seis vezes maior que o listado nos dias 1 e 2 de setembro do ano passado, quando 479 focos foram detectados. O problema já afeta também a capital do Estado, Belém, que amanheceu coberta por fumaça, nesta terça-feira (3). (assista ao vídeo acima)
Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) satélites detectaram focos de queimadas em uma área próxima ao lixão do Aurá, no limite entre os municípios de Belém e Ananindeua.
O g1 solicitou um posicionamento para a Semas em relação a estes focos e também ao Corpo de Bombeiros para saber se houve acionamento para alguma ocorrência de incêndio na área do Aurá, mas nenhuma resposta foi dada até a publicação desta matéria.
Leia também: Com 68 mil focos de queimadas, Brasil tem pior mês de agosto desde 2010
A fumaça, na verdade, apareceu de madrugada conforme registros feitos por motoristas que percorriam a rodovia BR-316, pelos municípios de Benevides e Marituba, na Região Metropolitana de Belém. – (assista ao vídeo abaixo)
Motorista registra fumaça de queimada na rodovia BR-316, na Região Metropolitana de Belém
Dados obtidos na plataforma Painel do Fogo, sistema gerenciado pelo Censipam e Inpe para dar suporte às operações de combate ao fogo, mas que não contabilizam como índices oficiais sobre focos ativos, apontam ainda focos de queimadas em Santa Izabel do Pará e Castanhal.
Ambas cidades integram a Região Metropolitana de Belém e estes focos podem ter contribuído para a fumaça na área urbana da capital.
📲 Acesse o canal do g1 Pará no WhatsApp
Na última segunda-feira (2), o Corpo de Bombeiros foi acionado para combater um princípio de incêndio em uma área de mata no bairro do Curió-Utinga, que fica próximo, inclusive, ao Parque Estadual do Utinga, em Belém. Veja:
Incêndio no Curió-Utinga atinge área de mata próximo à Ceasa
Cidades
Segundo o Banco de Dados de Queimadas (BDQueimadas), do Inpe, o maior número de focos ativos (que é o que indica onde há queima de vegetação) estão concentrados nas regiões sudeste e sudoeste do Pará.
Operação Fênix combate focos de queimadas em Novo Progresso e outras cidades do Pará.
Reprodução / Corpo de Bombeiros
Os municípios de Altamira, São Félix do Xingu e Novo Progresso concentram 63% do total de focos, nos dois primeiros dias de setembro. De um total de 2800 focos registrados no território paraense, 1.764 ocorreram nestas cidades.
Altamira: 632 focos (22,6%)
São Félix do Xingu: 624 focos (22,3%)
Novo Progresso: 508 focos (18,1%)
Nenhum outro município paraense registrou números tão elevados de queimadas. Itaituba, que ocupa o 4º lugar no ranking, apresentou 169 focos (6% do total) entre os dias 1 e 2 de setembro de 2024.
Decreto
No último dia 27 de agosto, o governo do Pará baixou um decreto em que proíbe o uso de fogo por 180 dias no território paraense. Em Novo Progresso, no sudoeste do Estado, um homem foi autuado em flagrante por fogo em uma área de mata, numa propriedade particular.
VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará em g1 Pará

Mais Notícias