🪂 Além de ser um esporte cuja prática independe de gênero, as paraquedistas que saltam em Boituva (SP) contam que o paraquedismo pode elevar a autoestima feminina. Mariana Rocha conta que a melhor parte da profissão é que ela faz com que supere seus limites todos os dias
Guga/Reprodução
Corajosas, poderosas e radicais. Adjetivos que descrevem as mulheres paraquedistas que saltam e trabalham em Boituva (SP), a capital do paraquedismo. Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, três instrutoras destacam a importância da presença feminina no esporte.
📲 Participe do canal do g1 Itapetininga e Região no WhatsApp
Ao g1, as atletas destacaram que paraquedismo pode ser uma forma de superar os medos, além de promover a autoestima feminina.
“A presença feminina é importante em qualquer cenário. Se não houver equilíbrio e respeito entre homens e mulheres, seja no ambiente que for, não estamos contribuindo em nada com a nossa própria caminhada”, explica Mariana Rocha, professora de paraquedismo.
A profissional Mariana Rocha, de Boituva (SP), explica que o paraquedismo é um esporte cuja prática independe de gênero
Tamires Minozzi/Reprodução
Mariana conta que uma das melhores partes de exercer a profissão é poder superar os próprios limites todos os dias e ainda incentivar outras mulheres a praticarem o esporte.
A profissional iniciou a carreira há 13 anos e atualmente, já acumula 3.815 saltos. Ela e outras 47 mulheres foram recordistas brasileiras em março de 2023, quando bateram o recorde de 48 mulheres paraquedistas em salto coletivo que formou uma figura no céu.
VÍDEO: grupo com 48 paraquedistas supera próprio recorde em queda livre em Boituva
Empoderamento feminino
A também instrutora de saltos, Cristhiane Alexakis, conta que se apaixonou pelo esporte após ver os amigos saltando nos anos 2000. Segundo ela, na época, mulheres saltando de paraquedas era raro, tanto que na maioria dos eventos e competições que participou, ela era a única mulher presente.
“A presença feminina vem crescendo muito no esporte. E esse esporte proporciona uma autoestima muito forte às mulheres. Nos sentimos poderosas, capazes de vencer qualquer desafio. Saltar de um avião, a 4 quilômetros de altura e superar o medo do desconhecido, é algo que realmente muda nossas vidas e nos faz sentir capazes de enfrentar qualquer desafio em nossa vida, é um: ‘eu posso tudo, e nada vai me parar'”, relata Cristhiane.
Durante os saltos, Cristhiane Alexakis conta que a sensação de estar no ar é de que pode vencer qualquer desafio
Claudinei Adami/Reprodução
Há 24 anos no esporte radical, a profissional relata que presenciou mulheres superando a depressão, a insegurança e até fim de relacionamentos abusivos “nas alturas”. Segundo ela, o paraquedismo devolveu o brilho e a alegria de viver para estas mulheres.
Cristhiane também explica que estar inserida no cenário esportivo, que possui grande domínio masculino até hoje, é muito gratificante, pois é um esporte que pode ser praticado de igual para igual, uma vez que não depende de força física e sim de habilidades e treinamento com técnicas de voo.
“Quanto mais mulheres no esporte participando, mais outras mulheres sentem que também podem. As mulheres têm a vantagem de serem mais prudentes e cuidadosas, o que é ótimo para os esportes radicais. O esporte é seguro, é para todas, é divertido e algo para se fazer com amigos, familiares ou sozinho! É um momento de conexão consigo mesma!”, finaliza Cristhiane
Cristhiane deseja poder treinar o filho, Nicolas Aguilar, de 9 anos
Geovane Caique/Reprodução
*Colaborou sob a supervisão de Matheus Arruda
Veja mais notícias no g1 Itapetininga e Região
VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM