Faixa de 500 metros da pista foram liberados. Ortiz Táxi Aéreo diz que operação ainda é arriscada e vai manter apenas voos de emergência médica. Obras na pista devem ser concluídas até agosto, segundo Deracre. Moradores de Santa Rosa do Purus não estão conseguindo sair do município em tempo ágil para consultas
Reprodução
Uma faixa de aproximadamente 500 metros do aeródromo de Santa Rosa do Purus foi liberado para pousos e decolagens. Apesar disso, a Ortiz Táxi Aéreo, empresa que opera na região, deve manter a suspensão da maioria dos voos para o município por entender que ainda não é seguro retomar a operação.
A empresa, no dia 22 de junho, cancelou todos os voos para a cidade em virtude das más condições da pista .
Santa Rosa do Purus integra o grupo de cidades isoladas do Acre, ou seja, onde não há estradas e só é possível chegar em aviões de pequeno porte ou em embarcações cujas viagens podem demorar mais de dois dias quando o rio está com o nível baixo, o que tem sido o caso desde a metade de maio.
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“Quinhentos metros Fica muito restrito para a aeronave pousar com os passageiros carregada. O que a gente está fazendo? A gente está atendendo só [serviços] ‘aeromédicos’ porque é uma emergência, então é um risco que a gente tem que correr”, explicou ao g1, José Fernando Ortiz, um dos donos da empresa.
Ainda segundo ele, as aeronaves que prestam atendimentos médicos de urgência são menores e mais leves, por isso conseguiriam pousar na pista mesmo com restrições. Ele disse ainda que espera a liberação de ao menos mais 300 metros de pista antes de considerar o retorno das atividades.
De acordo com o Deracre, a pista é emprestada pelo Exército Brasileiro que auxilia no trabalho de transporte de equipamentos e insumos para a reconstrução do local. A autarquia garante que irá construir uma nova pista que está projetada para atender a demanda dos próximos 50 anos e será de concreto armado, sendo a primeira do estado com esse tipo de material.
A presidente do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre, Sula Ximenes, diz que a obra deve durar pelo menos até agosto desse ano, com possibilidade de prorrogação. Ela ressaltou, no entanto, que o acesso é restrito no momento apenas para aeronaves maiores.
“A pista está aberta a metade que dá pra pousar . A Ortiz só não consegue pousar com o Caravan. Como também as demais empresas conseguem pousar e no sábado e domingo está liberada. Este procedimento é justamente para melhorar o deslocamento das pessoas que precisarem da pista. Infelizmente não tem como fazer a manutenção com a pista aberta, seria um perigo. Precisamos recuperar a pista. O transtorno é temporário, a obra fica” argumentou.
Pista de pouso e decolagem de Santa Rosa do Purus está deteriorada
Arquivo pessoal/Ortiz Táxi Aéreo
Consultas canceladas
O regulador do Tratamento Fora de Domicílio (TFD) de Santa Rosa do Purus, Neto Pessôa, confirmou ao g1 que após o fechamento da pista foi preciso cancelar todas consultas médicas marcadas para maio, o que compromete os processos de retorno e exames de pacientes que estão na fila há alguns meses ou em casos mais graves até mesmo anos esperando.
“Essa é uma situação bem complicada, pois todos os pacientes do TFD dependem do transporte aéreo para assim poder receberem tratamento com o especialista, muitos deles como retorno para consulta especializada para renovar receitas de remédios especiais”, alegou . Não há ainda previsão para novos agendamentos.
De acordo com a gerente de Assistência do Complexo Regulador Estadual da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), Maressa Guimarães, diz que o problema da pista tem sido levado em consideração pela pasta e novos agendamentos devem ser marcados priorizando as pessoas prejudicadas.
“Estamos em tratativas para que seja evitado a perda da realização dos procedimentos, porém, alguns já haviam sido marcados e não houve tempo hábil para realizar remarcação. Todos esses pacientes que porventura foram prejudicados, perdendo a consulta ou algum outro procedimento serão priorizados para próxima agenda, evitando maiores transtornos”, informa Maressa.
Outros serviços prejudicados
Não são apenas os pacientes que reclamam de problemas por causa da ausência de voos. Rosilene Batana Barros Hunikuin, precisava ir até uma agência do INSS, finalizar os trâmites do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a mais próxima, no entanto, fica em Rio Branco. Por causa da situação, ela teme perder o benefício que lhe garante um salário mínimo por mês.
“Eu fui para o posto representante do INSS de Santa Rosa para fazer o BPC. Eu fui atendida, mas não deu certo porque eu não consegui ir por conta do voo. Aí já estava marcado, outra vez e não deu certo de novo e de barco não daria tempo eu chegar a tempo lá”, lamenta Rosilene.
VÍDEOS: g1
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