27 de dezembro de 2024

‘Perderam a noção da realidade’, diz líder da oposição após pedido de prisão contra Edmundo González

María Corina Machado criticou a solicitação do Ministério Público em uma rede social, nesta segunda-feira (2). González foi candidato nas eleições presidenciais de julho. Machado voltou a se manifestar após emissão do mandado de prisão e citou o presidente Nicolás Maduro. María Corina Machado e Edmundo González, durante coletiva de imprensa em 29 de julho de 2024
AP Foto/Cristian Hernández
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, criticou o pedido de prisão contra Edmundo González feito pelo Ministério Público do país. Em uma rede social, nesta segunda-feira (2), a opositora afirmou que as autoridades “perderam toda a noção da realidade”.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
A Procuradoria-Geral da Venezuela afirmou que solicitou à Justiça um mandado de prisão contra González por crimes como usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais e sabotagem de sistemas. A Justiça acatou o pedido do MP e emitiu um mandado de prisão.
Segundo María Corina Machado, a oposição continuará com coragem e firmeza mesmo após o pedido de prisão de González.
“Eles perderam toda a noção da realidade. Ao ameaçar o Presidente Eleito apenas conseguem nos unir mais e aumentar o apoio dos venezuelanos e do mundo a Edmundo González”, escreveu.
Após a emissão pela Justiça do mandado de prisão de González, Corina Machado voltou a se manifestar e disse que o mandado “ultrapassa uma nova linha”.
“Maduro perdeu completamente o contato com a realidade. O mandado de prisão emitido pelo regime para ameaçar o presidente eleito Edmundo González ultrapassa uma nova linha que apenas fortalece a determinação do nosso movimento. Os venezuelanos e as democracias ao redor do mundo estão mais unidos do que nunca em nossa busca pela liberdade”, afirmou Corina Machado.
González foi candidato na eleição presidencial de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) afirmou que ele ficou em segundo lugar, sendo derrotado por Nicolás Maduro. Entretanto, a oposição garante que González venceu por ampla vantagem, com base em dados das atas impressas pelas urnas.
LEIA TAMBÉM:
Quem é Edmundo González, opositor de Maduro e alvo de pedido de prisão
EUA apreendem avião presidencial da Venezuela usado por Nicolás Maduro
Netanyahu pede ‘perdão’ por não ter conseguido salvar reféns israelenses encontrados mortos em Gaza
Ordem de prisão contra candidato opositor Edmundo González, expedida em 2 de setembro de 2024.
Reprodução/Instagram do Ministério Público
Pedido de prisão
Segundo o MP, o pedido de prisão foi apresentado após González ignorar três intimações para prestar depoimento. O órgão é aliado do presidente Nicolás Maduro e controlado por chavistas.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, afirmou que as intimações tinham como objetivo colher o depoimento de González sobre a publicação de atas impressas das urnas eleitorais em um site.
A oposição usa os dados das atas para argumentar que Edmundo González venceu a eleição presidencial de 28 de julho. Mais de 80% de todos os documentos emitidos pelas urnas foram publicados pelo grupo opositor em um site.
Saab afirma que os documentos são falsos. Entretanto, até agora, as autoridades venezuelanas não tornaram públicas as atas eleitorais que seriam verdadeiras, mesmo diante do pedido de vários países, como Brasil e Estados Unidos.
Com o temor de prisão, González faltou às convocações do MP, assim como o fez quando o Tribunal Supremo de Justiça chamou todos os candidatos da eleição para assinar um documento reconhecendo o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O CNE deu a vitória a Maduro sem apresentar as atas eleitorais. Tanto a Suprema Corte quanto o Conselho Eleitoral são alinhados ao governo Maduro.
O opositor já havia sido advertido pelo Ministério Público sobre a possibilidade de um mandado de prisão contra ele caso não comparecesse ao depoimento. A lei venezuelana prevê detenção quando há três faltas consecutivas em intimações para depoimento.
A comunidade internacional vem denunciando repressão contra opositores na Venezuela, além de afirmar que houve falta de transparência nas eleições presidenciais.
VÍDEOS: mais assistidos do g1

Mais Notícias