Segundo o Infosiga, mais da metade das mortes ocorreram no perímetro urbano de São José do Rio Preto (SP). Em Araçatuba (SP), os acidentes com motos foram os que mais registraram óbitos. Pesquisa mostra que 43% das mortes no trânsito em Rio Preto em 2024 foram com motocicletas
Uma pesquisa realizada pela Plataforma Infosiga revelou que, em 2024, 43% das mortes no trânsito em São José do Rio Preto (SP) envolveram motocicletas. Em Araçatuba (SP), a situação é semelhante.
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Um dos mais recentes acidentes é de uma mulher de 40 anos que caiu da motocicleta e foi atropelada por um carro na alça de acesso à Rodovia Washington Luís (SP-310), na quinta-feira (22), em Rio Preto. Com o impacto, ela foi parar embaixo do carro.
Trânsito em São José do Rio Preto (SP)
TV TEM / Rogério Pedrozo
Segundo o levantamento, foram 59 mortes no trânsito em 2024, sendo 25 mortes envolvendo motocicletas. As vítimas desses acidentes tinham de 20 a 24 anos, e mais da metade dessas mortes ocorreram no perímetro urbano de Rio Preto.
O médico responsável pelo setor de traumas no Hospital de Base (HB) em São José do Rio Preto, Paulo Spada, explicou que, por dia, cerca de 30 pacientes dão entrada na instituição vítimas de acidentes envolvendo motos.
Avenida que durante o dia em Rio Preto (SP) é bem movimentada
TV TEM/Reprodução
“Em torno de 30 pessoas dão entrada por dia. Em média, 15 são vítimas que estavam em motocicletas. Eles apresentam muitas lesões, fraturas e permanecem no hospital por um tempo prolongado, passam por várias cirurgias, além de precisarem de uma reabilitação. Depois, para eles voltarem à vida normal demora de 4 a 6 meses”, conta.
O Diego, paciente do Instituto de Reabilitação Lucy Montoro, já viveu na pele essa situação. Ele sofreu um acidente de moto em 2021 quando tinha 28 anos e ficou paraplégico. Atualmente vive em uma cadeira de rodas e relembra sobre os desafios ao longo dessa trajetória.
“No hospital eu fiquei dois meses, em coma eu fiquei 45, mas aqui no Lucy Montoro eu faço a reabilitação que me ajuda muito”, conta.
Diego, que é paciente do Instituto de Reabilitação Lucy Montoro e se acidentou em 2021 e ficou tetraplégico
TV TEM/Reprodução
Não fatais
O levantamento do Infosiga também apontou o total de acidentes não fatais. Em 2024, foram 2.708 sem mortes, sendo 1.725 envolvendo motocicletas, 1.418 foram por colisões.
Rio Preto esteve na lista dos municípios com maior quantidade de motos em comparação ao número de habitantes. O fato da cidade ser menos chuvosa é um dos fatores que contribuem para esse aumento no número de motos.
Marcio Martino, que é subcomandante da Guarda Civil Municipal (GCM) em Rio Preto, dá dicas de como os pilotos devem ter cuidados no trânsito.
“A principal orientação é em relação as infrações mais cometidas, que sempre podem ocasionar em um acidente de trânsito. É comum passarem em semáforo vermelho, na contramão, usarem os celulares enquanto dirigem, as ultrapassagens também, pois sempre o carro tem um ponto cego onde os motociclistas não são vistos. E o principal, o cuidado com a velocidade que muitos jovens se arriscam com manobras e isso pode provocar muitos acidentes”, explica.
Araçatuba
Em 2024, segundo o Infosiga, o número de pessoas que morreram em acidentes de trânsito em Araçatuba (SP) cresceu 44% em comparação com 2023, saltando de 25 para 36 óbitos, entre 2023 e 2024, respectivamente.
Proporcionalmente, o percentual é maior do que o registrado no estado de São Paulo. Em território paulista, casos de mortes no trânsito aumentaram 14% entre 2023 (4.876) e 2024 (5.594), segundo o Infosiga.
Em Araçatuba, os acidentes com motos são os que mais registraram vítimas fatais. No ano passado, foram 36 óbitos no município, sendo 20 envolvendo motociclistas, o equivalente a mais da metade dos casos.
Além da imprudência, o aumento na frota de veículos é outro fator que contribui para a letalidade no trânsito.
De acordo com o Ministério dos Transportes, Araçatuba tinha mais de 190 mil veículos emplacados até novembro de 2024, o que representa quase um veículo para cada morador.
Araçatuba registra em média 3 acidentes por dia, a maioria envolvendo motos
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