15 de janeiro de 2025

Pesquisadores buscam alternativas para tornar cidades gaúchas mais resistentes às mudanças climáticas

No sul do RS, estudos ajudaram a reduzir o impacto da enchente de maio de 2024. Bairros de Pelotas e Rio Grande foram esvaziados antes de a Lagoa dos Patos subir, graças ao mapeamento de risco que previu quais ruas seriam inundadas na região. Pesquisadores buscam formas de tornar as cidades gaúchas mais resistentes às mudanças climáticas
Pesquisadores estão procurando formas de tornar as cidades gaúchas mais resistentes às mudanças climáticas.
Conhecido como Piscinão, o tanque previne inundações em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. A água da chuva de bairros mais altos chega em grande quantidade pela rede de drenagem. O reservatório retém a água e vai liberando aos poucos em uma tubulação menor. Isso desacelera o escoamento da água, evitando alagamentos em bairros mais baixos. O tanque, instalado dez anos atrás, é o maior entre os seis que existem na cidade.
Pesquisadores trabalham em novas soluções para absorver grandes chuvas.
“Desde praças construídas para esses fins, desde canteiros já pensados para esses fins. O próprio pavimento, pavimentação e os calçamentos com estruturas permeáveis ou semipermeáveis, para permitir essa condição de esponja”, explica Juliano Gimenez, diretor do Instituto de Saneamento Ambiental/UCS.
Há dois meses, sensores instalados em praças e prédios públicos monitoram, em tempo real, temperatura, umidade, luminosidade e quantidade de gases no ar.
“Um conjunto de informações que vai ser analisado pelo grupo e que vai entregar um diagnóstico para o município de Caxias do Sul dizendo, bom, Caxias é resiliente no que tange esses indicadores e talvez tenha que evoluir nesses e nesses”, diz Neide Pessin, pró-reitora de Inovação/UCS.
O relatório deve sair em seis meses e vai guiar um plano de ação climática para rever a legislação ambiental da cidade. Em Caxias do Sul, nove pessoas morreram por desmoronamentos durante as chuvas.
“Sabendo que é uma área de risco, a gente tem que fazer algum tipo de intervenção. Seja removendo aquelas pessoas de áreas que sejam mais vulneráveis, fazer a relocação”, afirma Letícia Moratelli, engenheira ambiental da Secretaria de Meio Ambiente.
No sul do estado, estudos de duas universidades federais ajudaram a reduzir o impacto da enchente. Bairros de Pelotas e Rio Grande foram esvaziados antes de a Lagoa dos Patos subir, graças ao mapeamento de risco, que previu quais ruas seriam inundadas na região.
“Tecnologia, elas estão disponíveis. É o que eu digo: nós estamos em um momento, acima de tudo, de muita coordenação dessas atividades para que se detenha, se obtenha, soluções do porte de cada uma dessas comunidades”, diz Glauber Gonçalves, do Comitê de Eventos Extremos da FURG.

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