Estudos avaliam microplásticos no estômago dos peixes do Rio Itapecerica, um dos principais da bacia, e o impacto do descarte irregular de medicamentos que contaminam a água. ‘O caso é grave’, afirma um dos coordenadores do Laboratório de Processamento de Tecidos, onde o trabalho é conduzido. Pesquisadores da UFSJ investigam presença de microplásticos em peixes do Rio Itapecerica
Pesquisadores do Campus Dona Lindu da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), em Divinópolis, estão investigando os impactos das mudanças ambientais na saúde dos peixes da Bacia do Rio Pará. O trabalho é conduzido pelo Laboratório de Processamento de Tecidos (Laprotec), ativo há 14 anos e coordenado pelos professores Ralph Gruppi Tomé e Hélio Batista dos Santos.
Entre os estudos realizados, estão a análise de microplásticos no estômago dos peixes do Rio Itapecerica, um dos principais da bacia, e o impacto do descarte irregular de medicamentos que contaminam a água e prejudicam os organismos aquáticos.
“Realizamos experimentos para identificar substâncias presentes na água e avaliamos como elas afetam os peixes. Também coletamos tecidos, como fígado, baço e brânquias, para análises microscópicas que ajudam a monitorar mudanças ambientais”, explicou o professor Ralph.
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Pesquisadores da UFSJ em Divinópolis estudam impactos ambientais na saúde dos peixes da Bacia do Rio Pará
Udner Rios/CBH Rio Pará – Tanto Expresso
O laboratório utiliza tecnologia avançada para diversos experimentos, incluindo o cultivo de embriões de peixes para observar todas as fases do desenvolvimento, da fecundação à fase adulta.
A espécie mais usada nos estudos é o Zebrafish, mantido em um biotério, um espaço com vários aquários onde centenas de peixes são conservados para serem usados nos experimentos.
Segundo os pesquisadores, os estudos indicam que a falta de cuidado com o meio ambiente está provocando graves problemas na saúde dos peixes da bacia do Rio Pará. O professor Ralph compara a situação com a de um paciente na UTI.
“O caso é grave. É possível recuperar, mas as ações precisam ser direcionadas nesse sentido. Não apenas iniciativas governamentais, mas também envolvendo a sociedade com ações simples, evitando o descarte de lixo, por exemplo, para termos efeitos positivos no futuro”.
Pesquisadores da UFSJ em Divinópolis estudam impactos ambientais na saúde dos peixes da Bacia do Rio Pará
Udner Rios/CBH Rio Pará – Tanto Expresso
Um dos maiores desafios identificados é o descarte de resíduos nos rios. Peixes confundem o lixo com alimento, o que causa problemas de saúde e até a extinção de espécies.
“Estamos poluindo os rios, porém, isso está retornando para nós. Ainda não se discute muito sobre esse assunto, mas com as pesquisas estamos conseguindo grandes avanços e vamos reverter isso para a sociedade”, comentou Vitor Correa, mestrando em biotecnologia e que participa de uma das pesquisas do laboratório.
Para os pesquisadores, só com a mudança no comportamento da sociedade, aplicando mudanças urgentes, é que será possível melhorar a qualidade de vida para os organismos que dependem dos rios.
“Com o nosso trabalho, esperamos transformar a sociedade. A ideia é levar conhecimento e, com isso, estimular mudanças para melhorar as ações no dia a dia das pessoas. Precisamos alertar sobre a importância da educação ambiental, porque esse é o único caminho”, finalizou o professor Ralph.
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Udner Rios/CBH Rio Pará – Tanto Expresso
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