Projeto é realizado na Ufes por colombianos, com apoio do governo do estado e Fapes, com o objetivo de reduzir os gastos com lesões de ossos e músculos. De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS) são mais de 60 mil casos por ano. Pesquisadores da Ufes criam exoesqueleto para evitar doenças por esforços repetitivos
Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) desenvolveram um exoesqueleto com o objetivo de oferecer maior grau de mobilidade, prevenção de lesões por movimentos repetitivos e prevenção de fadiga muscular.
O projeto é realizado pelo doutorando da Ufes, Luis Jordy Arciniegas, sob a coordenação do professor do Departamento de Engenharia Elétrica, Camilo Rodríguez. Os dois pesquisadores são colombianos e se mudaram para o país para se especializar em pesquisas na área.
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Pesquisadores da Ufes desenvolvem exoesqueleto para evitar doenças provocadas por esforços repetitivos.
Divulgação/LabTel
Luis explicou que ideia do dispositivo é dar suporte para levantamento de cargas, e o principal objetivo é evitar doenças músculo-esqueléticas, que são resultados de tarefas repetidas.
“O peso é levantado pelo equipamento, controlado pelo motor na parte de atrás. A ideia é que o aparelho ajude a melhorar na hora de fazer atividades de levantamento de cargas para o pessoal da indústria. O nome da criação é exoesqueleto de membro superior para indústria”, disse.
O usuário do exoesqueleto vai poder vesti-lo como uma armadura, o que vai fornecer apoio e força para o paciente. A ideia é que seja uma ferramenta de suporte no grau de força que o usuário vai fazer, além de poder monitorar como está sendo realizada a atividade física exercida.
Exoesqueleto é desenvolvido na Ufes com objetivo de evitar doenças nos músculos e ossos
O protótipo foi desenvolvido com a ajuda de impressoras 3D para a fabricação das peças do exoesqueleto. O exoesqueleto é baseado em robótica branda. Dois motores ficam nas costas e através de polias e cabos de aço é feita a transferência de força para os braços.
O professor do Departamento de Engenharia Eletrica da Ufes, Camilo Rodrigues, apontou que uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou mais de 60 mil casos de lesões por esforços repetitivos por ano, o que reforça a importância da ferramenta para minimizar os custos com esses afastamentos.
“A ideia é evitar doenças músculo-esqueléticas. E por quê? Se formos olhar a estatística, em torno de $ 18 bilhões são investidos no mundo em recuperação de doenças desse tipo. Um terço desse recurso é para recuperação das pessoas, dois terços são de perdas para as empresas”, disse.
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“Falando da realidade no Brasil, em torno de 26% dos afastamentos do trabalho são por causa de acidentes ou doenças músculo-esqueléticas”, analisou.
Inicialmente, o exoesqueleto tem atuação focada no cotovelo, mas, futuramente, se espera que o equipamento atue também nos ombros. Além disso, está sendo iniciada uma etapa de teste do equipamento na coluna vertebral, para a correção da postura, o que serviria para auxiliar também pessoas em reabilitação.
A iniciativa é desenvolvida com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), pesquisadores do Laboratório de Telecomunicações (Labtel) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em parceria com universidades internacionais.
Pesquisadores da Ufes desenvolvem exoesqueleto para evitar doenças provocadas por esforços repetitivos. Espírito Santo.
Divulgação/LabTel
O diretor geral da Fapes, Rodrigo Varejão Andreão, avaliou que divulgar pesquisas com potencial de aplicação no dia a dia é fundamental para fomentar o desejo e apoio de empresas por inovação.
“Nesse momento, a tese de doutorado vai validar a viabilidade técnica do equipamento. Em seguida a gente pode caminhar por outro trilho, que é o trilho da inovação. É importante que outros parceiros, atores da indústria, venham a se interessar por esse tema, para ajudar os pesquisadores a transformar os trabalhos em inovação, e lançar o produto no mercado”.
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