Armas foram encontradas em endereço ligado ao desembargador João Rigo Guimarães, presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins. Investigação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Agentes da PF deixando endereço do desembargador João Rigo com armas
Claudemir Macedo/TV Anhanguera
A Polícia Federal apreendeu armamento durante o cumprimento de mandado de buscas em um endereço do desembargador João Rigo Guimarães, em Araguaína, no norte do Tocantins. Ele é um dos alvos da operação Máximus na da Polícia Federal, que apura suposta venda de sentenças na Justiça estadual.
📱 Participe do canal do g1 TO no WhatsApp e receba as notícias no celular.
O mandado no endereço do desembargador foi cumprido no início da manhã desta sexta-feira (23). Imagens feitas pela TV Anhanguera mostram o momento em que os agentes deixam o local com documentos e pelo menos duas armas longas.
João Rigo é ex-presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins e atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE). Em nota, o TRE-TO informou que não é alvo da operação. O g1 pediu posicionamento ao TJ, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
A investigação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). São dois mandados de prisão preventiva e 60 ordens de busca e apreensão, sendo cumpridos nos estados de Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Distrito Federal. A ação foi chamada de operação Máximus.
Viaturas descaracterizadas da Polícia Federal na frente do Fórum de Palmas
Ana Paula Rehbein/TV Anhanguera
Mandados foram cumpridos no Fórum de Palmas e na sede do Tribunal de Justiça do Tocantins, além de dezenas de endereços na capital. Procuradores do Estado e chefes de órgãos públicos do executivo são alvos de buscas, além de advogados.
O g1 pediu posicionamento para o governo do Tocantins, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
LEIA MAIS
O que se sabe sobre operação da PF que investiga desvio de dinheiro na distribuição de cestas básicas no Tocantins
Assessora do governador do TO sacou quase R$ 1 milhão, aponta decisão que investiga desvios na compra de cestas básicas
Decisão do STJ diz que governador do Tocantins sabia de esquema de desvio com cestas básicas e deu ‘continuidade’
PF apreende mais de R$ 67 mil em espécie na casa e no gabinete do governador do Tocantins
Membros do governo são alvos de operação que apura esquema de venda de sentenças
Também foram determinadas medidas cautelares como o afastamento de cargo público, o sequestro e a indisponibilidade de bens, direitos e valores dos envolvidos.
A investigação apura os crimes de corrupção ativa, exploração de prestígio, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O nome da operação faz referência à personagem do filme Gladiador (Máximus), que lutou contra a corrupção na cúpula do poder no Império Romano.
Policiais federais entrando na sede do Tribunal de Justiça do Tocantins durante operação
Tamyra Pinheiro/TV Anhanguera
Operação Fames-19
Há apenas três dias a Polícia Federal realizou outra operação no Tocantins, apurando suposto desvio de dinheiro público por meio da distribuição de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. Houve apreensão de dinheiro no Palácio Araguaia e na casa do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), que é um dos alvos. Dois filhos dele e a primeira dama também são investigados.
Todos negaram participação no suposto esquema. (Veja o posicionamento deles)
O que diz o TRE-TO
O Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) informa que não é alvo da ação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira, dia 23. E que as unidades da Justiça Eleitoral, como a sede em Palmas (TO) e todas as 33 zonas eleitorais no Estado, mantêm o atendimento nesta data.
Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.