1 de novembro de 2024

PF faz buscas em investigação sobre fraude que filiou Lula ao PL, partido de oposição ao governo


Suspeito inseriu informações pessoais de Lula em formulário no site do PL; funcionário do partido validou cadastro, aponta investigação. Fraude teria acontecido em julho de 2023. Lula em foto de arquivo
TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Policiais federais fazem buscas no Mato Grosso do Sul, nesta quarta-feira (30), como parte de uma operação que investiga a filiação fraudulenta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Partido Liberal, em julho de 2023.
O partido faz oposição ao governo atual e tem entre seus filiados o ex-presidente Jair Bolsonaro. A falsa filiação foi comunicada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e revertida ainda no ano passado.
A PF não divulgou detalhes sobre o alvo das buscas, e nem a cidade em que o mandado foi cumprido.
Segundo a PF, a apuração até aqui já indicou que não houve uma invasão hacker ao Sistema de Filiação Partidária, mas sim, a inserção de dados falsos nos formulários regulares de filiação.
Após fraude filiar Lula ao PL, TSE passa a exigir dupla confirmação em sistema de filiação partidária
A Polícia Federal informou ainda que também investiga a atuação de um “funcionário do Partido Liberal” que teria realizado a “etapa de moderação” do cadastro – ou seja, confirmado as informações recebidas no formulário fraudado.
Na época da filiação falsa, o TSE já havia confirmado à TV Globo que a fraude tinha usado a senha de uma advogada do PL para acessar o sistema e inserir o cadastro falso de Lula.
Segundo a PF, o suspeito de fraudar o sistema acessou o formulário digital no site oficial do próprio PL e inseriu diversas informações pessoais de Lula, já durante o atual mandato de presidente.
“[…] Entre elas, dados pessoais, políticos, selfie, upload de documentos, endereço e dados de contato como telefone e e-mail, além de confirmação dos dados e aceitação dos termos de uso – com a finalidade de iniciar o processo”, diz a polícia.
Ainda de acordo com a PF, os investigados podem responder por invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e falsa identidade.
O inquérito ainda tenta descobrir se os envolvidos cometeram outras fraudes do mesmo tipo, e com qual intenção.

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