20 de outubro de 2024

PF faz operação contra a coação de eleitores em João Pessoa; Dinho Dowsley, presidente da Câmara Municipal, é afastado das funções

Segundo as investigações, o vereador do PSD é suspeito de envolvimento em um esquema com facções criminosas para controlar territórios de comunidades, coagir o voto de eleitores e evitar a eleição de outros candidatos. Dinho negou as acusações. Polícia Federal faz operação contra a coação de eleitores em João Pessoa
No nordeste do Brasil, a Polícia Federal fez uma operação contra a coação de eleitores em João Pessoa. O presidente da Câmara Municipal, Dinho Dowsley, do PSD, foi afastado das funções.
Com autorização da Justiça, a Polícia Federal esteve em três endereços do presidente da Câmara de João Pessoa, incluindo um apartamento, onde ele foi encontrado. Na eleição de 6 de outubro, Dinho Dowsley foi o terceiro mais votado, eleito para o sexto mandato.
Dinho Dowsley, do PSD, foi afastado das funções de presidente da Câmara Municipal d João Pessoa
Reprodução/TV Globo
Segundo as investigações, ele é suspeito de envolvimento em um esquema com facções criminosas para controlar territórios de comunidades, coagir o voto de eleitores e evitar a eleição de outros candidatos. Dinho negou as acusações.
“Tenho sido, nos últimos dias, alvo de ilações maliciosas e injustas, que não encontraram amparo no meu histórico de dedicação ao povo de João Pessoa. Tenho 20 anos de vida pública sem responder a nenhum processo, e sempre fui eleito em decorrência do meu trabalho. As ilações, não tenho dúvidas, induziram a Polícia Federal e a Justiça ao erro. Já estamos recorrendo e não tenho dúvida de que conseguiremos reverter essa decisão. Confio plenamente na Justiça”, disse Dinho Dowsley.
A Polícia Federal também cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de outras três pessoas que seriam ligadas ao vereador.
A pedido da PF, a Justiça Eleitoral decidiu que o presidente da Câmara de João Pessoa deve ser afastado das funções. Ele também está impedido de entrar em qualquer órgão da prefeitura e de manter contato com os outros investigados. Dinho Dowsley vai ser monitorado por tornozeleira eletrônica.
A operação desta sexta-feira (18) é um desdobramento de investigações que começaram antes do primeiro turno. Há um mês, outra vereadora de João Pessoa, Raíssa Lacerda, do PSB, foi presa, suspeita de envolvimento com facções criminosas. Ela acabou desistindo da candidatura e nega as acusações.
A vereadora Raíssa Lacerda, do PSB, foi presa há um mês, suspeita de envolvimento com facções criminosas
Reprodução/TV Globo
A primeira-dama da capital paraibana, Lauremília Lucena, também foi presa e indiciada pelo mesmo motivo e agora está cumprindo medidas cautelares. A defesa de Lauremília disse que ela não tem envolvimento com os crimes e que as denúncias têm fins eleitorais.
As duas foram libertadas no dia 1º de outubro.
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, do Progressistas, que tenta a reeleição, não é investigado.
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