31 de janeiro de 2025

Pintor que confessou ter matado garota de programa em hotel tem júri marcado no litoral de SP


Leandro Rosa Vieira, de 37 anos, será levado ao tribunal do júri em abril deste ano. Ele confessou a autoria do homicídio de Raquel da Costa Santos, de 41 anos. Pintor é preso e confessa à polícia ter matado garota de programa após briga por valor
O júri de Leandro Rosa Vieira, o pintor que se tornou réu pelo assassinato de uma garota de programa em um hotel de Santos, no litoral de São Paulo, foi marcado para 23 de abril. Conforme apurado pelo g1, nesta sexta-feira (31), o procedimento ocorrerá no Tribunal do Júri da cidade, às 13h.
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Raquel da Costa Santos, de 41 anos, foi encontrada morta em um quarto de hotel na Rua Bittencourt, no Centro, em 21 de maio de 2024. Ela havia entrado no cômodo junto com Leandro Rosa Vieira, hoje com 37, que confessou ter deixado o local após cometer o crime. Imagens obtidas pelo g1 mostram a vítima e o réu dentro comércio (assista no topo da reportagem).
O pintor foi preso no dia 5 de junho daquele ano, no Morro São Bento, com as investigações em andamento. Na ocasião, ele confessou à polícia ter agredido e enforcado a vítima até que ela “desmaiasse”. A motivação do crime, segundo ele, foi porque ela pediu um “valor a mais” pelo serviço.
A informação sobre a data do júri foi confirmada ao g1 pelo advogado Antônio Carlos Borges de Souza, que representa Leandro. Segundo ele, o réu segue preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente.
Por meio de nota, Souza afirmou que a defesa confia plenamente na justiça e que serão provadas, no Júri, “todas as razões defensivas para que seja tipificada a correta aplicação da lei”.
Ainda de acordo com o profissional, a defesa não quer e não compactua com impunidade, “nem mesmo o réu”. Segundo ele, o que tecnicamente se discute e será discutido em plenário é a correta aplicação da lei diante dos fatos e as provas que existem nos autos.
Pintor foi preso e confessou à polícia ter matado garota de programa após ela cobrar valor maior pelo serviço, em Santos (SP)
Reprodução
Confessou o crime
O delegado da 3ª Delegacia de Homicídios, Thiago Bonametti, disse anteriormente que o réu confessou que teve relações sexuais com a mulher, mas ressaltou aos agentes que ela pediu um “valor a mais” pelo serviço.
Bonametti explicou que, apesar de inicialmente não terem sido encontrados sinais de violência no corpo da vítima, o médico legista identificou hematomas superficiais no pescoço dela, que confirmam a versão de enforcamento dada pelo homem à polícia.
O pintor disse à corporação estar arrependido, acrescentando que não teve intenção de matar a vítima. De acordo com Bonametti, o réu não tinha passagens criminais, mas fazia uso de drogas e, inclusive, teria usado um entorpecente – não especificado – na noite do crime.
“Ao que parece, cometeu esse ato de crueldade com a vítima por motivo banal”, complementou o delegado.
Imagens obtidas pelo g1 mostram que o homem e a vítima foram a outro hotel antes de entrarem no estabelecimento onde ela foi achada morta. Segundo o delegado, a mudança aconteceu porque ele queria um lugar “mais reservado”.
Investigação
Bonametti afirmou que foi possível esclarecer a autoria do crime apenas dois dias depois dos fatos, com a investigação baseada em informações de testemunhas, câmeras de monitoramento e também impressões digitais do réu encontradas no local.
“A gente monitorou ele com equipamentos de inteligência. Esteve em Guarujá e retornou para Santos até que hoje [data da declaração] foi preso escondido na casa de um familiar”, disse o delegado.
Áudio sobre o cliente
Áudio de garota de programa encontrada morta em hotel detalha dia antes da morte
Segundo apurado pelo g1 com a família, Raquel atendeu o homem em 20 de maio e enviou um áudio para uma amiga, que também trabalha com prostituição. Ela relatou que iria reencontrá-lo na tarde daquele mesmo dia (ouça acima).
“Veio um homem e perguntou se eu ia no motel com ele. Eu falei: ‘olha, eu não costumo ir, mas, qual motel é?’. Eu senti que ele é bem tranquilo, entendeu?”, afirmou Raquel.
Na mesma mensagem, ela contou que o homem apontou um hotel perto de onde estavam e ela aceitou. “Pagou uma hora, me deu R$ 200 e R$ 60 para a casa [onde ela trabalhava]. E aí a gente foi andando”, disse.
“Meu, pensa num cara tranquilo, tranquilo. Só cheira, cheira e fuma, e super educado. Aí eu falei assim: ‘Nossa, me desculpe, eu não gosto muito desse cheiro de cigarro’. Ele falou: ‘Não, esse vai ser o último’. Eu falei: ‘Ah, obrigada’. Aí ficamos uma hora, aí depois ele queria mais”.
Ainda de acordo com o áudio, ela combinou com o homem se reencontrarem no período da tarde, pois era quando ele poderia pagar por mais tempo de programa.
Um funcionário do hotel onde Raquel foi encontrada morta relatou que um homem deu entrada no local na noite de 20 de maio e, momentos depois, ela também foi para o mesmo quarto. Mais tarde, o homem foi embora e a mulher ficou. No entanto, ele pagou em dinheiro e não deixou identificação.
Corpo encontrado
Raquel da Costa Souza, de 41 anos, foi encontrada morta em hotel no Centro de Santos (SP)
Redes sociais e Abner Reis/TV Tribuna
O corpo foi encontrado após uma desconfiança do filho da vítima. Sem conseguir contato com a mãe, ele acionou uma amiga dela, que informou o hotel onde Raquel poderia estar. O jovem, de 23 anos, foi até o local e pediu para que os funcionários abrissem a porta, quando se deparou com a mãe morta na cama.
A PM e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados e, no local, os profissionais de saúde confirmaram a morte da vítima.
O estabelecimento onde Raquel foi encontrada morta foi procurado pela equipe de reportagem, mas não atendeu às ligações.
Raquel da Costa Santos, de 41 anos, mandou áudio para amiga antes de morrer em Santos (SP)
Arquivo Pessoal, Abner Reis/TV Tribuna e Reprodução
VÍDEO: g1 em 1 Minuto Santos

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