13 de outubro de 2024

Pix Automático: Santander se antecipa e será primeiro banco a oferecer serviço; entenda como funciona

Forma de pagamento deve estar disponível para clientes da instituição em novembro. Previsto inicialmente para outubro, o BC adiou o lançamento oficial do Pix Automático para junho do ano que vem.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Banco Santander S.A. permitirá já a partir de novembro que empresas utilizem o Pix Automático como forma de pagamento para a base de clientes do banco.
Essa forma de pagamento será oficialmente lançada em todo o Brasil em junho de 2025, segundo a última previsão do Banco Central do Brasil (BC). Inicialmente, a instituição disse que o serviço estaria disponível em outubro deste ano, mas o lançamento foi adiado.
A ideia dessa tecnologia desenvolvida pelo BC é permitir que o cliente agende previamente os pagamentos que precisa realizar para determinados serviços, como conta de luz e internet, por exemplo.
Esse serviço é parecido com o débito automático, mas com uma diferença importante.
No débito automático, as empresas interessadas em disponibilizar essa forma de pagamento precisam entrar em contato e fazer acordo com cada instituição financeira para que o serviço seja disponibilizado. Assim, essa modalidade pode estar disponível para os clientes de alguns bancos, e de outros não.
Para o Pix Automático, as empresas não precisarão de acordo com cada banco, o que deve facilitar o serviço.
O cliente vai autorizar o débito recorrente, de forma automática, por meio do seu celular ou computador. Não haverá a necessidade de confirmação com senha a cada débito, e nem cobrança de tarifa das pessoas físicas.
“Nós queremos ser o banco de escolha das pessoas jurídicas, sem dúvida nenhuma”, afirmou à agência de notícias Reuters o diretor de produtos para pessoas jurídicas do banco, Paulo Duailibi, acrescentando que o Santander está se antecipando para “quando o mercado for intercambiável seja possível virar a chave de maneira simples”.
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Expectativas para o lançamento
Previsto para 28 de outubro, o lançamento do PIX Automático para a população foi adiado em julho pelo BC para 16 de junho de 2025. Muitos bancos, porém, já estavam adiantados em seus processos para oferecer o serviço. O Banco do Brasil, por exemplo, convida clientes a testar o serviço em um piloto.
O executivo do Santander Brasil não estimou um efeito numérico na receita, mas avalia que deve ocorrer uma mudança no perfil. Também acredita que as empresas não devem concentrar suas operações em um único banco, e com base nas conversas que o Santander já tem mantido com seus clientes PJs não vê risco de perder participação em pagamentos.
“Nós vamos ter um ‘share’ (participação) importante nesse novo mercado. Eu não tenho a menor dúvida com relação a isso. Mas, sim, haverá concorrência entre os bancos”, ponderou, explicando que o Santander também está trabalhando em conjunto com empresas para criar diferenciais.
O executivo afirmou que as empresas estão demonstrando muito interesse em aderir a esse serviço, que acaba “trazendo uma simplificação operacional”, entre outros benefícios, incluindo o repasse do pagamento do cliente à companhia em D+0, enquanto atualmente ocorre em D+1.
Além de atrair as companhias antes que a novidade entre em vigor, o Santander busca um processo de educação sobre o novo serviço para seus clientes pessoa física, incluindo sanar dúvidas que possam ocorrer, por exemplo, quando uma determinada empresa anunciar que fará o Pix Automático por meio de um rival.
“Eu quero deixar o meu cliente pessoa física tranquilo que o débito automático dele vai ocorrer… que ele não precisa mudar de banco, por exemplo”, explicou Duailibi.
Em relação a tarifas para empresas envolvendo o novo serviço (para pessoa física será gratuito), ele afirmou que o banco ainda está trabalhando no tema. Para esse primeiro momento em novembro, quando a operação será apenas dentro da rede do Santander, “a princípio, nada muda”, afirmou.
“Vamos observar como as coisas acontecem. Mas, a princípio, nada muda. A princípio, estamos focados na viabilização, colocar a solução no ar da forma mais simples possível para que os clientes pessoas jurídicas façam isso de maneira muito simples e os clientes pessoas físicas comecem a entender o que é isso.”
Duailibi destacou que o banco continuará trabalhando para essa transformação, que vem “mais potente no meio do ano que vem”.

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