27 de setembro de 2024

PM que deu tapas e chutes em mulher durante abordagem no Paraná cometeu ‘transgressão disciplinar’, diz inquérito

Agente permanece afastado do patrulhamento de rua. Defesa diz que ainda não foi intimada da conclusão da investigação. Mulher leva tapas, é arrastada e puxada pelos cabelos por PM durante abordagem no Paraná
A Polícia Militar do Paraná (PM-PR) concluiu que o cabo Jader Camilo cometeu uma “transgressão disciplinar” por ter dado tapas, chutes, puxado o cabelo e arrastado uma mulher em Itambaracá, no norte pioneiro do estado.
✅ Siga o canal do g1 Londrina no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
Em nota, a defesa informou que o agente “passa por acompanhamento psicológico” e que ainda não foi intimada da homologação do inquérito.
A conclusão consta no Inquérito Policial Militar (IPM), que o g1 e a RPC tiveram acesso. As agressões aconteceram na madrugada do dia 24 de agosto e foram registradas pelo celular de uma testemunha. Veja o vídeo acima.
A vítima estava em um bar com amigos quando os policiais chegaram para atender uma ocorrência de perturbação de sossego.
As imagens mostram o policial xingando e mandando as pessoas abaixarem o volume do som. Em outro trecho, o PM aparece discutindo com a vítima, que leva dois tapas e um chute.
Em entrevista à RPC, ela comentou que nunca vai esquecer a violência física e psicológica que sofreu.
A mulher ainda é arrastada pelas pernas, puxadas pelos cabelos e jogada na calçada pelo agente. Após o episódio, o policial militar foi afastado pela corporação e remanejado “para outra função”. Ele responde a outros processos por agressão.
Policial militar agrediu e puxou cabelos de mulher durante abordagem em Itambaracá (PR)
Divulgação
LEIA TAMBÉM:
Toledo: Idosa cai em golpe após acreditar que era namorada do empresário Elon Musk
Curitiba: Estudante reage a assalto e esfaqueia suspeito do crime
Tragédia: ‘Conquistou o respeito e admiração de todos’, diz prefeitura de Pato Branco sobre servidor que morreu junto da família em acidente
O que diz o inquérito
O inquérito foi conduzido pelo 18º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento em Itambaracá e onde o PM investigado trabalha. A investigação foi encerrada no dia 19 de setembro, menos de um mês após o caso.
“É latente que o resultado das lesões resultantes da ação policial foi de sua responsabilidade (cabo Jader Camilo). Há provas robustas de crime militar e de transgressão disciplinar”, cita o relatório.
A conduta do policial foi classificada como “grave” pelo tenente-coronel Walter João Marques Luiz, comandante interino do 2º Comando Regional da PM, que homologou a apuração interna.
Sobre o vídeo que flagrou as agressões, os oficiais responsáveis pelo inquérito informaram que ainda não vai considerar a gravação como “prova fidedigna e sem vício” porque o celular da testemunha que fez o registro ainda não foi periciado pelo Instituto de Criminalística.
“O objetivo do encaminhamento é demonstrar que as imagens são fidedignas com a realidade dos fatos ocorridos naquela madrugada, sem nenhum tipo de corte ou edição. Após a perícia, poderá se afirmar que a gravação contendo 1 minuto e 13 segundos corresponde com a verdade dos fatos”.
O cabo Jader Camilo foi ouvido, mas preferiu ficar em silêncio, assim como o outro policial que o acompanhava na ocorrência. Além deles, também prestaram depoimento a mulher agredida e amigos dela que presenciaram a situação.
PM pode ser processado criminalmente
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública informou que o Inquérito Policial Militar foi encaminhado para o Ministério Público vinculado a Justiça Militar Estadual “para análise no âmbito criminal”.
Conforme a secretaria, os policiais serão investigados em um processo administrativo disciplinar, “respeitando o contraditório e a ampla defesa com o objetivo de verificar a capacidade dos envolvidos em permanecer ou não integrando as fileiras da corporação”.
Mais assistidos do g1 PR
Leia mais em g1 Norte e Noroeste.

Mais Notícias