7 de janeiro de 2025

PMs acusados por executar bandido desarmado são liberados para trabalhar em batalhão

Agentes ficaram presos por mais de um ano. Em 2022, eles perseguiram até Guarujá (SP) três suspeitos de roubarem uma casa em Bertioga. Na abordagem, mesmo rendido e desarmado, um dos infratores foi morto. O outro sobreviveu, apesar de ter sido baleado três vezes. Corregedoria acusa policiais militares de executar um suspeito desarmado e já dominado
A Justiça de Guarujá, no litoral de São Paulo, definiu o posto em que vão trabalhar três PMs acusados de terem matado um suspeito desarmado. Eles chegaram a ficar presos por mais de um ano e, agora, enquanto respondem em liberdade, vão atuar em um batalhão da Polícia Militar. O julgamento deles foi marcado e será nos dias 20 e 21 de fevereiro de 2025.
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A morte que resultou na prisão dos três PMs aconteceu em 15 de junho de 2022. Na ocasião, quatro policiais estavam em serviço e atenderam a uma ocorrência sobre três homens que haviam invadido e roubado uma casa em Bertioga (SP). Os suspeitos fugiram e, durante a perseguição, que prosseguiu até Guarujá (SP), um deles morreu e outro foi baleado.
A decisão da 3ª Vara Criminal de Guarujá foi tomada neste mês em favor de Paulo Ricardo da Silva, Israel Morais Pereira de Souza e Diego Nascimento de Sousa.
O g1 noticiou, em dezembro do ano passado, outra determinação judicial, que garantiu aos três o direito de responder em liberdade. O outro PM envolvido, Eduardo Pereira Maciel, havia sido solto em junho do ano passado.
Procurada, a Polícia Militar afirmou, em nota, que “não comenta decisões judiciais”.
Diego Nascimento, Israel Morais e Paulo Ricardo conseguiram a liberdade provisória
Reprodução/Fantástico
Decisão e julgamento
De acordo com o documento, os três poderão trabalhar exclusivamente na sede do 21° Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I), em Guarujá (SP), e em atividades internas, onde estarão “sob supervisão direta do comandante de unidade, enquanto vigorar as cautelares impostas” pela Justiça.
Conforme definido anteriormente, os policiais respondem em liberdade, mas seguem proibidos de ter contato com as testemunhas e vítimas do processo, sendo obrigados a manter uma distância de, no mínimo, 200 metros.
Defesas
Em nota, o advogado Renan de Lima Claro, que representa os agentes Diego Nascimento de Souza e Israel Morais Pereira de Souza, afirmou que a defesa “viu com normalidade a decisão e aguarda o julgamento em plenário a fim de expor a tese dos policiais”.
O advogado Émerson Tauyl, que representa Paulo Ricardo da Silva, disse ao g1 que os agentes são funcionários públicos e, portanto, podem contribuir em suas funções. “Caso tivessem o compromisso de fugir, incorreriam no crime de deserção, que tornaria muito mais grave a condição de réus”, acrescentou ele.
Entenda o caso
Os policiais Paulo e Israel são apontados como os executores de Kaique de Souza Passos, de 24 anos. Na ocasião, ele levantou os braços, em sinal de rendição, mas foi assassinado com sete tiros.
Os demais agentes, Diego e Eduardo, são citados por tentar matar Vitor Hugo Paixão Coutinho, de 19, com três disparos. De um deles ouviu: “morre na moral aí”. Everton de Jesus Oliveira, o único do trio que não foi ferido, acabou preso. (resumo do caso no topo da reportagem)
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