22 de outubro de 2024

Polícia Científica descarta que bebê tenha sido velada viva em SC

Familiares teriam visto menina mexer a mão durante velório. Bombeiros foram chamados e constataram batimentos cardíacos fracos e pernas sem rigidez. Ela voltou ao hospital, que voltou a atestar o óbito. Caso é investigado. Bebê é retirada do próprio velório após mexer mão na Serra de SC
A Polícia Cientifica descartou que a bebê de 8 meses, retirada do próprio velório em Santa Catarina após mexer a mão, estivesse viva durante a cerimônia. O laudo pericial concluiu que o tempo de morte é compatível com o horário do óbito atestado no hospital. O caso passou a ser investigado no sábado (19).
Segundo informações divulgadas pelo Ministério Público, que acompanha o caso, a criança teria apresentado batimentos fracos e temperatura corporal normal no velório, que aconteceu em Correia Pinto, na Serra. A funerária que fez a cerimônia reafirmou que ela havia mexido a mão durante a cerimônia.
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Pediatra ouvido pelo g1, João Guilherme Bezerra Alves explicou que movimentos involuntários após a morte podem ocorrer devido à atividade residual nos músculos, como espasmos, contrações musculares ou liberação de gases (leia mais abaixo).
O resultado do laudo pericial de urgência, feito Polícia Científica no domingo (20), já havia atestado a ausência de “sinais vitais reais” durante o velório. O Ministério Público, que pediu celeridade na perícia, informou que aguarda, agora, a conclusão do laudo anatomopatológico para saber a causa da morte e se houve negligência no primeiro atendimento médico.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as causas e as possíveis responsabilidades sobre o fato. A corporação vai ouvir todos os envolvidos, mas adiantou que não vai passar detalhes do caso.
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O que bebê apresentou no velório
O Corpo de Bombeiros foi acionado na noite sábado e examinou a criança com um estetoscópio. Em relatório à imprensa, os socorristas informaram que a menina tinha batimentos fracos e, em seguida, fizeram um teste nas pernas da bebê, e elas não apresentavam rigidez.
No entanto, o bebê tinha pupilas contraídas e não reagentes – quando não respondem à luz e sugerem a morte da paciente – e edemas no pescoço (inchaços) e atrás das orelhas.
Atendimento dos bombeiros a bebê que foi retirada do próprio velório em SC
Reprodução/Redes sociais
Movimentos involuntários
O pediatra João Guilherme Bezerra Alves explicou que parece possível que um bebê, ou qualquer pessoa, tenha movimentos involuntários após a morte.
“Esses movimentos podem ocorrer devido à atividade residual nos músculos, como espasmos, contrações musculares ou liberação de gases. No caso de bebês, cujos músculos e sistema nervoso ainda podem estar mais reativos, esses espasmos podem ser mais perceptíveis”.
Ele esclareceu: “Esses movimentos, chamados de rigor mortis ou espasmos cadavéricos, são causados por reações químicas nos músculos que ainda ocorrem por um curto período após a morte, antes que o corpo entre em um estado de rigidez”.
Ele destacou, contudo, que essas situações não querem necessariamente dizer que a pessoa não está morta.
“É importante notar que, embora possa parecer que o corpo esteja se movendo, esses movimentos são puramente reflexos involuntários e não indicam qualquer sinal de vida”.
O que diz a perícia
“O Laudo Pericial que detalhada todos os achados periciais, foi emitido ainda no domingo, 20/10, e conclui que as evidencias de tempo de morte são compatíveis com a hora inicial determinada da morte, no dia 19/10/2024, às 03:17h, atestadas em ambiente hospitalar por profissional médico, descartando a hipótese de que a criança estivesse viva poucas horas antes do acionamento da perícia”.
O que diz a prefeitura
A Prefeitura de Correia Pinto, por meio da Fundação Hospitalar Faustino Riscarolli, se solidariza com a família neste momento de dor e esclarece que a paciente deu entrada no hospital por volta das 3 horas do dia 19 de outubro de 2024. O atendimento foi realizado pela equipe plantonista, que constatou o óbito da criança.
Mais tarde no mesmo dia, por volta das 19 horas, a criança foi novamente trazida ao hospital pelo Corpo de Bombeiros Municipal, com relato de sinais de saturação. A equipe médica, mais uma vez atendeu a criança, e foi constatado o óbito.
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