Therezinha Lemos Yamada morreu em 2016. Os agentes querem saber se o ex-motorista José Marcos Chaves Ribeiro estaria envolvido com o caso. Polícia civil tenta prender ex-motorista suspeito de manter socialite em cárcere privado
A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a morte de Therezinha Lemos Yamada, irmã da socialite Regina Lemos Gonçalves, de 88 anos. Os agentes querem saber se o ex-motorista José Marcos Chaves Ribeiro está envolvido no caso.
Therezinha morreu em 2016. A informação sobre a investigação foi publicada pelo Jornal O Globo e confirmada pelo portal g1 na manhã deste sábado (30) com o delegado responsável pelo caso e com um representante da família.
Therezinha morou com a irmã e o ex-motorista.
A socialite Regina Lemos Gonçalves e o ex-motorista José Marcos Chaves Ribeiro.
Reprodução/TV Globo
Operação
Na última terça-feira (26), a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realizaram uma operação para tentar prender José Marcos. Ele não foi encontrado e é considerado foragido. O Disque Denúncia divulgou um cartaz pedindo informações sobre seu paradeiro.
José Marcos é réu acusado de tentativa de feminicídio, sequestro e cárcere privado, violência psicológica e furto qualificado contra a socialite Regina Lemos Gonçalves, viúva e herdeira do empresário Nestor Gonçalves, fundador da Copag, famosa marca de cartas de baralho. O casal não tinha filhos.
Disque Denúncia divulgou cartaz pedindo informações sobre o paradeiro de José Marcos Chaves Ribeiro.
Divulgação/ Disque Denúncia
A decisão judicial que transformou José Marcos em réu e determinou a sua prisão foi baseada em uma investigação da 12ª DP (Copacabana), que começou em novembro do ano passado.
A família acusa o ex-motorista de tê-la mantido, durante 10 anos, isolada dentro do próprio apartamento, em Copacabana, sem contato com amigos e parentes.
José Marcos afirma ter sido casado com Regina, o que ela nega. O Fantástico revelou o caso em abril e descobriu que há uma escritura de união estável feita em 2021.
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Contas zeradas
O delegado Ângelo Lages, responsável pelas investigações, afirmou em entrevista ao programa Encontro na quarta (27) que as contas de Regina foram zeradas e a idosa está repleta de dívidas de IPTU e condomínio nos imóveis que possui.
Ainda de acordo com ele, Regina vive em um apartamento no Edifício Chopin, em Copacabana, mas quem paga as contas é o irmão dela.
Na década de 1990, Regina herdou um patrimônio de cerca de R$ 500 milhões.
Imagem
Polícia Civil e MPRJ tentam prender ex-motorista de socialite
A polícia conseguiu recuperar em um dos endereços em que foram cumpridos mandados na operação de terça uma imagem barroca avaliada em R$ 250 mil.
A Senhora de Santana de madeira, no estilo barroco, data do século XVII e foi uma das obras apreendidas na mansão de Regina em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
O imóvel vinha sendo administrado pelo motorista, que o alugava para terceiros. A imagem barroca ainda passará por perícia antes de ser devolvida à socialite.
Senhora de Santana recuperada
Reprodução/TV Globo
Investigações
A Polícia Civil afirma que o ex-motorista manteve Regina isolada de amigos e familiares durante anos e passou a administrar o patrimônio da socialite depois de um registro de união estável feito em 2021. Ele chegou a declarar que ela tinha demência.
Em 2021, a socialite foi internada com uma lesão na cabeça e submetida a uma cirurgia, mas ninguém da família foi informado.
De acordo com as investigações, o ex-motorista deixava a vítima sem comer e beber, dormindo numa poltrona
José Marcos alega que teve um relacionamento amoroso com Regina. Ela nega.
A defesa do ex-motorista disse que só vai se pronunciar quando tiver acesso à decisão.